terça-feira, 19 de julho de 2011

A Resposta do Samba

“Você acha que o samba já conquistou o seu espaço no país?“. Esta foi a brilhante pergunta que o repórter Fábio Júdice fez ao cantor e compositor Dudu Nobre no final do RJ-TV do sábado que passou, dia 16 de julho de 2011. Uma pena eu não ter ouvido a resposta do Dudu, pois tocou o telefone e perdi o final do jornal. Mas, com todo o respeito ao bom repórter da TV Globo, a resposta está na ponta da língua. E quem responde não sou eu, mas o próprio samba:


“Oi Fábio. Para saber das minhas conquistas, basta viajar pelo Brasil. Podemos começar aqui pelo nosso
Rio de Janeiro, cidade onde nasci. Dizem até que nasci na Bahia e, cá pra nós, até hoje estou com a pulga
atrás da orelha sobre minha terra natal. Mas o que interessa é que aqueles tempos em que apanhava da
polícia e que os botecos ou restaurantes usavam a famosa placa É PROIBIDO BATUCAR NESTE RECINTO, já foram. Já passaram. Não existe mais. Pelo contrário. Hoje somos convidados para tocar em todos os bares e restaurantes, que fazem palcos e colocam som possante com microfones e phones para os músicos. E, ao invés de pancada e registro em delegacias somos convidados para grandes eventos, como a abertura dos Jogos Mundiais Militares, com Alcione, Jorge Aragão, Diogo Nogueira e o próprio Dudu Nobre.

Para saber de mim, dá um pulinho nas ruas da Lapa e veja os bares lotados e todos cantando e dançando comigo. Conheça as famosas feijoadas de escolas de Samba como Portela, Mangueira, Império Serrano, Salgueiro, Estácio de Sá ou as do Teatro Rival ou da rede Bossa Nossa. Sai pela noite e conheça os bons pagodes que temos pela cidade. E, para ter certeza de que estou por todo o país, marque ponto nos aeroportos e vai esbarrar com Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Diogo Nogueira, Revelação, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Alcione, Dudu Nobre e tantos outros sambistas que me levam a tudo quanto é canto deste nosso Brasil.

Aproveita a carona e caia na noite de São Paulo, Porto Alegre, Vitória, Brasília, Belo-Horizonte, Manaus e várias e várias outras cidades brasileiras. Poderá ver e ouvir para entender que estou em casa. Que meu espaço já está dominado a tempos. Mesmo tendo ainda que aturar o velado preconceito de algumas pessoas que decidem em gravadoras, selos e casas de show, por exemplo. Mesmo muitas vezes tendo de fazer valer a máxima de “matar um leão por dia” para dizer estou aí. E mais um detalhe. Além de musicar nosso país também sou destaque fora dele. Nos muitos festivais internacionais e em lojas de discos também. Além de nossas fronteiras carrego sempre o nome do Brasil, assim como o futebol e o vôlei, por exemplo. Sem falar nas trilhas sonoras das novelas, né? Portanto, caro Fábio. Assim sou eu. E resumidamente, valeu?

Grande abraço e continue a me prestigiar nas dicas de fim de semana do RJ-TV.

O Samba



É, Fábio. Foi mexer com quem está quieto? Taí o que você queria. A resposta para sua pergunta. Abração, fera...

Um comentário:

  1. Pois é, foi mexer com quem está quieto... Belíssimo texto!

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