quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dica do Gerdal: voz e violão, lado a lado, em roteiro bem orientado da canção brasileira

Prezados amigos,

Mesmo servida de excelentes interpretações para a sua lira, como a de Alaíde Costa em "Absinto", a carioca Fátima Guedes parece insuperável na canção como porta-voz do próprio verso, denso e no amor "desfigurado"- para citar, "en passant", um dos mais belos sambas de Cartola. Lembro-me dela, há muitos anos, em programa vespertino de Edna Savaget, na primeira vez que, de casa, eu a vi na tevê, já conhecida pelo bolero "Passional", com o qual levara a melhor em festival promovido pela Faculdade Hélio Alonso.

Fátima Guedes e Marco Pereira 
Então boquiaberta nos seus vinte anos, era, diante da entrevistadora, uma moça um tanto acanhada que divulgava o primeiro elepê e iniciava um caminho muito bem palmilhado até o momento, com o cristal qualitativo da sua obra autoral reluzindo a pleno e refletindo o valor que o talento sabe impor sem alarde, com naturalidade.

Em "Ele e Ela", show com reapresentação nesta quinta, 26 de agosto, no Rival, às 19h30, Fátima conta com a valiosa companhia do paulistano Marco Pereira, sumidade do violão brasileiro que, ainda adolescente, estudou com o renomado uruguaio Isaias Savio, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Inicialmente inspirado em suas cordas pela centelha do argentino Cacho Tirao e do varre-saiense Baden Powell, viveu, como o segundo, alguns anos em Paris, onde se diplomou mestre de violão por uma universidade local, vindo morar no Rio de Janeiro no limiar dos anos 90.

Fátima Guedes e Marco Pereira
Desde então, especialmente, cumpre uma trajetória de brilho, prêmio e aplauso ao longo de, incluindo viagens regulares à Europa e aos EUA, numerosos shows e recitais em que à influência do jazz e à pitada de classe dos eruditos em sua formação acadêmica junta-se, em larga proporção, o sabor inigualável e fundamental da canção da nossa terra, este apreciado, em particular, em alguns de seus CDs, como "Luz das Cordas", com Hamílton de Holanda", "Bons Encontros", com Cristóvão Bastos", e "Valsas Brasileiras", de violão solo simplesmente primoroso. Em síntese, um virtuose em permanente estado de graça.


Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
Gerdal.

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