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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Luciano Salvador Bahia: um talento capital em estado de graça no mapa musical do país





Prezados amigos,

"Minha história na música é bem dividida em fases. Primeiro, eu era instrumentista. Nem compunha nem cantava. Depois, comecei a ser chamado para fazer arranjos e direção musical. Depois, comecei a compor, ou melhor, a mostrar minhas músicas e, por causa disso, comecei a cantar. Então, naturalmente, quando o momento do CD chegou e eu ganhei o Prêmio Braskem, eu já tinha uma estrada de quase 20 anos, sendo que mais de dez desses anos eu atuei apenas como instrumentista, arranjador e diretor musical." 
 
Salvador por parte de mãe e Bahia por parte de pai, em nome próprio, de certidão, que resulta em curioso nome artístico, um soteropolitano que, em meados dos anos 80, começou cedo na noite da sua cidade, tocando em pianos-bares e acompanhando ao teclado vários nomes locais, como as irmãs Vânia Abreu e Daniela Mercury antes que - mais esta, menos aquela (radicada em Sampa) - obtivesesm projeção em larga escala. 

Com bagagem que vale pela capital e pelo estado, Luciano Salvador Bahia é gratíssima presença artística que, só em 2006, chegou ao primeiro CD, todo autoral e consequente ao prêmio supracitado (do ano anterior), simplesmente intitulado "1", do qual a primeira faixa , "Queda", regravada por Márcia Castro, constou da trilha de "Ciranda de Pedra", novela da TV Globo. "Queda", a propósito, "subiu" no agrado de um letrista niteroiense do Clube da Esquina, Ronaldo Bastos, por meio de cujo selo, Dubas, Celso Fonseca (de história que lembra, de certo modo, a de Luciano: guitarrista destacado, da banda de Gilberto Gil, mais tarde revelado como compositor e cantor), com sua bossa "slow motion", também regravaria, antes de Márcia. 

Além desta, outras cantoras baianas de valor contariam com o estro e o descortino de Luciano, seja gravando canção dele, como Marida Santanna, seja por ele sendo musicalmente dirigida, como Mariene de Castro.
"A criação da música e da letra para mim se dá de um jeito meio simbiótico. A música muda a letra, que muda a música, e, nesse vaivém, a canção se faz", observa o moço, "essencialmente autodidata" (também ao violão), cujo elogiado repertório, bem mesclado de tradição e modernidade, já o levou a shows em vários países europeus e é alentado por trilhas para muitas peças e espetáculos de dança. Talentoso o Luciano, que, sem exagero, pode fazer dedicatórias e assinar contratos, entre outras ações de carreira, como Brasília Brasil.


"Madame Gente Fina", que repagina "Pra Que Discutir com Madame?", de Janet de Almeida e Haroldo Barbosa, um samba com o qual outros dois, de mesmo título e também recentes, "Madame Quer Sambar", de Ricardo Duna - um - e Joyce e Roberto Menescal - o outro - tem ligação direta;



"As Bambas", que tem, no CD do autor, participação muito especial de Elza Soares, homenageada. Incidentalmente, ouve-se trecho do samba carnavalesco "Salve a Mocidade", do grande e saudoso Luiz Reis, que ela havia gravado em 1974;



"Xote Variante"



"Queda", com o carioca Celso Fonseca



"Eu"; 



"Tango do Mal"



Um bom dia a todos. 
Muito grato pela atenção.

Um abraço,
Gerdal

quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Prezados amigos,
 
                   
                    Com a decisão da dentista de largar o consultório em favor de novo horizonte profissional, ganhou a MPB uma cantora muito interessante, de timbre igualmente grave e aveludado, dessas que, de prima, sabem prender a atenção do ouvinte de bom gosto ao soltar a voz. Nesta e nas inflexões lembrando, não muito vagamente, a bossa-novista Wanda Sá, a querida ludovicense Sandra Duailibe, de grande parte da infância e a adolescência vividas em Belém do Pará, tem-se revelado, para além da referida semelhança, uma cantora de "punch" próprio, com alguns CDs já lançados: por exemplo, os ótimos "A Bossa do Tempo", de 2008 - em duo com uma quase gêmea vocal, Cely Curado, e já morando em Brasília - e "Receita", recente, de voz e piano com o excelente Leandro Braga. Como, musicalmente, o Brasil precisa balançar, ainda com Cely e duas outras intérpretes radicadas na capital federal, Márcia Tauil e Nathália Lima, participou do recentíssimo CD "Elas Cantam Menescal".

                    Mais uma vez muito bem acompanhada, Sandra realiza, nesta quinta, 4 de outubro, em Brasília, show com duas almas irmanadas em beleza e sensibilidade no que cantam e compõem, Fatima Guedes e Simone Guimarães, além de contar com o supracitado Leandro ao teclado, também nos arranjos e na direção musical ("flyer" abaixo). É ela que ouvimos nos primeiros "links": 


"A Receita", de Socorro Lira, cantando ao lado de Leandro 



"Onda no Ar", da própria Sandra com Márcia Forte, sua irmã, uma bossa de jeito levada em companhia de Cely Curado



"Epitáfio", do "titânico" Sérgio Brito. No quarto "link", ladeada na imagem por uma parceira constante, Cristina Saraiva, e pelo violeiro e cardiologista Júlio Santin, Simone Guimarães, de óculos e ao violão, em uma de suas canções tocantes, "Baião Barroco", feita com o grande violonista Juarez Moreira; 



Outra tocante de Simone - e que me toca muito, em particular -, "Laranjeiras", composta com Cristina Saraiva e participação, na gravação, de José Márcio Castro Alves. "Last but not least", em dois "links" autorais, Fátima Guedes.



"Arco-Íris" 



"Pelo Cansaço", lado a lado com a singular Fhernanda em show de lançamento de CD desta só com músicas de Fatima.
 
                    


Um abraço,
Gerdal     

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Folia de 3







Prezados amigos,

        Três gogós femininos bem entrosados e reunidos para mais um show da temporada no Semente.

        
        Em companhia do grande Fernando Merlino, ao teclado, encantam por um trabalho pautado pelo bom gosto, também nos arranjos vocais. Marianna Leporace, Eliane Tassis e Cacala Carvalho (da esquerda para a direita, no "flyer" abaixo, aos olhos do observador) homenageiam o tijucano Ivan Lins, um dos mais bem-sucedidos compositores da sua geração, mormente na duradoura parceria com Vítor Martins, paulista de Ituverava. 
       
      Homenagem, aliás, que tem extensão em CD do conjunto, "Pessoa Rara" (2005), pela Mills Records, de produção acertada e gravado com a mesma eficiência e cuidado.      
        
      Nos links seguintes você ouve a Folia de 3 nas músicas  Tem Dó e Mudança dos Ventos. 


        Grato pela atenção à dica.

        Um abraço,
        Gerdal          



Serviço: 
Datas: 17, 24, 31 de maio
Horário: 20:30
Couvert: 20,00
Local: Semente
Endereço: Rua Joaquim Silva, 138 - Lapa







     
      

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alma Lírica Brasileira - Mônica Salmaso

 Prezados amigos,
 
       Sempre que penso em Mônica Salmaso , lembro-me do dia em que, estimulado por uma gravação presenteada por um dileto amigo e também aficionado da nossa música popular, o publicitário Felício Torres, pude ouvi-la pela primeira vez. Então desconhecida, talvez ainda integrante da primeira formação do Notícias Dum Brasil - grupo vocal que acompanhou Eduardo Gudin em disco e show -, causou-me forte impressão pelo timbre raro e pela magia da interpretação, com emissão cristalina e envolvente, e percebi que esse amigo, um entusiasta da cantora, não exagerava. Entendo que se trata, de fato, sem favor algum, de uma das maiores revelações do nosso universo fonográfico nos últimos 20 anos, a qual, como já declarou em entrevista, vai "de tijolinho em tijolinho" construindo, paulatinamente, uma sólida casa musical, ou seja, fazendo a carreira com cuidado e consciência e sem açodamento e espalhafato, imprimindo hoje uma reconhecida e muito apreciada marca de qualidade nos seus discos, shows e projetos que abraça. 

       Conquistou com aplauso acalorado de público e crítica, em 1999, o cobiçado Prêmio Visa (Edição Vocal), o que lhe possibiltou gravar, como consequência, um dos seus belos CDs, "Voadeira", e ir tocando em frente, passando pelo "Noites de Gala, Samba na Rua", inteiramente motivado pelo estro de Chico Buarque, e, ainda antes deste, pelo "Afrossambas", em duo com o violonista Paulo Bellinati, um excepcional CD sobre os famosos temas compostos por Baden Powell e letrados por Vinicius de Morais.        
       
       Casada com um brilhante flautista e saxofonista, Teco Cardoso, a paulistana Mônica Salmaso, em companhia dele e do pianista Nelson Ayres, participa, nesta sexta e neste sábado, 9 e 10 de dezembro, no Rival, de shows de lançamento do CD "Alma Lírica Brasileira". 

Grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal








Serviço

Local: Teatro Rival
Datas: 09/12 e 10/12
Horário: 19:30
Ingressos: R$ 60


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Marcelo Lehman e Grupo

Prezados amigos,

Gaúcho e chorão como o insigne Plauto Cruz, já ocotogenário, e o jovem bandolinista Henry Lentino, este do conjunto Tira-Poeira, o pianista e compositor Marcelo Lehman, que também canta, apresenta-se  no Lapa Café, mostrando um novo trabalho naturalmente afinado com todas as loas colhidas na imprensa porto-alegrense, em particular por "Batucada Instrumental Brasileira". 


Um disco que ele gravou com outro gaúcho, Alexandre Rosa, saxofonista e clarinetista, formando o Duo Araucária, surgido na interiorana Santa Maria, em 1996, e migrado, com aplauso de público e crítica, em 2000, para a capital sul-rio-grandense. 


O bom músico brasileiro está, portanto, presente em todos os quadrantes do país e deve ser prestigiado pelo quê de beleza e expressão que produz. E Marcelo, aliás, não é só do choro, como explicita na sua nova empreitada musical: vai das milongas aos sambas, também transitando pelas valsas.


Um abraço,
Gerdal



        




Serviço:

Data: 07/12 e 14/12 
Local: Lapa Café
Horário: 20h
Ingressos: R$ 20 (inteira) | R$ 15 (lista amiga)



Thaís Villela

 Prezados amigos,

         Em 2005, acompanhada pelo violonista Marcel Powell, Thaís Villela se apresentou em um show dedicado a Elizeth Cardoso - que, então, teria completado 85 anos de vida - e, recentemente, no palco, ampliou esse tributo em "Cantoras do Brasil", com roteiro que ressalta, pela própria voz, a beleza e a expressão da voz feminina na nossa canção popular através dos anos. Também jornalista - filha do locutor Arildes Cardoso, pioneiro da Rádio CBN -, a cantora Thaís Villela integra, com seu brilho, a constelação de jovens bambas do velho samba revelados numa Lapa mais uma vez iluminada como reduto preferencial da batucada na cidade. Dos discos de bossa nova do pai aos mestres da chamada raiz, Thaís tem percorrido um caminho que, pelo apreço de quem a vê, intensa, em ação, microfone em punho - como aquele frequentador do emblemático Semente (bar revigorante desses novos tempos do samba na Lapa) -, a credencia ao primeiro CD, ora em preparo.

Há dois anos, em longa temporada em hotel cinco-estrelas de Copacabana, conduziu o show "Receita de Samba", cujo repertório acentuava a relevância da nossa culinária, com destaque para a feijoada, por meio de músicas correlatas, um show de ótimo paladar.

Nesta terça-feira, 6 de dezembro, a partir das 21h, no Centro Cultural Carioca, ela mostra, com o vigor do seu canto, a força de comunicação da nossa canção popular, tanto da produção recente como, em particular, daquela, referencial, de Cartola e Ataulfo Alves, por exemplo.

Um abraço,

         Gerdal



     




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Música do Brasil Central




                         
Genésio Tocantins

O penútimo show da série Música do Brasil Central, que faz um apanhado das diversas manifestações artísticas nascidas no centro-oeste brasileiro, será neste dia 15 de novembro com o violonista e compositor premiado Genésio Tocantins, parceiro de Salgado Maranhão e de Juraíldes da Cruz. Esse será o primeiro show de Genésio no Rio de Janeiro em quase cinco anos. Música do Brasil Central integra as Terças Musicais do CCBB e tem coordenação e direção musical de Marcio de Camillo e produção da Criatto Promoções, sediada no Mato Grosso do Sul.

As músicas de Genésio giram em torno de assuntos que todos nós conhecemos bem, como amores, perdas e traz imagens da natureza exuberante do Tocantins na Amazônia Legal. Em pauta, ritmos brasileiros como coco, baião, samba, xote, choro, sussa, catira e congada.

O roteiro combina autorais (“Frutos da terra”, “Sinergia”, “Coco livre S/A” e “Relabucho”, entre outras) com temas de Juraildes da Cruz (“Meninos”, “Nóis é jeca mas é joia”, com Xangai, e “Dodói/ Ei flor”) e até uma parceria de Vicente Barreto e Celso Viáfora (“A cara do Brasil”). Essa música assume um caráter especial para o show no CCBB. “Quero mostrar para o público carioca um pouco dessa cara de uma região do país que a cidade não está acostumada a ouvir”, diz Genésio, que subirá ao palco acompanhado por Manoel Braga no acordeon e Paulinho Braga na guitarra e no bandolim.


Sobre Genésio Tocantins

Genésio é violonista autodidata. Seu pai era lavrador, trovador e cordelista, e com ele aprendeu a cantar versos e cocos em feiras livres das cidades em Araguaiana, onde nasceu. Com a mãe, frequentou rodas de folias onde aprendeu cantos do divino. Ainda criança, mudou-se com a família para o norte de Goiás, hoje Tocantins.

O artista conquistou vários festivais e prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de 1989, na categoria Revelação de Música Regional Brasileira com o disco “Rela Bucho”, produzido por Rildo Hora. Já gravou com diversos artistas, como Fagner, Rolando Boldrim e Pena Branca e Xavantinho, e é parceiro de Juraíldes da Cruz, Salgado Maranhão e Braguinha Barroso, entre outros poetas.

Como produtor, se destacou à frente do espetáculo “Cantos do Tocantins – O som, o ritmo e o povo”, apresentado no Ano do Brasil na França, resultado de uma extensa pesquisa, em foto e vídeo, da biodiversidade musical do Tocantins. Genésio reuniu nesse projeto músicas e ritmos étnicos, folclóricos e culturais de tradição oral, além de cânticos dos índios Karajá/Javaé e louvores de origem sagrada, folias catiras e sussas.

Em 2012, Genésio Tocantins vai percorrer 20 capitais brasileiras (ao lado de Dércio Marques, As Galvão e Pereira da Viola) com o projeto Brasil Clássico Caipira, que faz uma leitura clássica da música caipira interpretada junto com orquestras sinfônicas. Esse projeto existe desde 2009, com direção de Nilson Rodrigues, quando o Brasil comemorou os 80 anos da primeira gravação da música caipira, e a ideia é se apresentar com as sinfônicas locais.


SERVIÇOS:

Data: 15/11 a 29/11 
Local: Centro Cultural Banco do Brasil - Teatro II
Horário: Terças - 12:30 e 19:00
Ingressos: R$ 6 (inteira) | R$ 3 (meia)






quinta-feira, 6 de outubro de 2011


    

Prezados amigos,

     Dona de invejável contralto e, também por isso, uma voz poderosa na defesa da boa MPB, Thania Machado inicia, neste 6 de outubro - sempre nas quintas deste mês -, a partir das 20h30, uma série de apresentações que promete chacoalhar o salão da tradicional Gafieira Elite  (Rua Frei Caneca, 4 - Centro - tel.: 2232-3217) com um bailão de samba, acompanhada pelo conjunto Terreiro de Breque. Ela - com recente "h" incorporado ao prenome - é afilhada artística de Dona Ivone Lara - com a qual  já se apresentou no Carioca da Gema - e, creio, além de composições dessa majestade nonagenária da Serrinha, cantará o veio de outros baluartes, como Nelson Sargento, Nelson Cavaquinho e Zé Kéti.

O recado de Thania é sempre da melhor qualidade e transmitido com o vigor e a firmeza de quem, mais do que preparo universitário (formação em piano clássico, canto e teatro), conta com o aval da noite na carreira, por tantas casas já percorridas, e até mesmo com o aval da folia, pois, por vários anos, puxou sambas no ipanemense Simpatia É Quase Amor. Uma grande artista da voz e da interpretação ainda sem o reconhecimento merecido, especialmente no disco.

    Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

    Um abraço,
    Gerdal





Thania, na informalidade do Samba UNE, canta "Agoniza, mas Não Morre", de Nelson Sargento

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Prezados amigos,

Carioca de Realengo, Paulinho Trompete, aos 13 de idade, já se notabilizava como calouro no programa do Chacrinha - um ano no trono como o melhor instrumentista mirim -, e a esteira profissional do depois, com reconhecimento até mesmo internacional - tocando com Dexter Gordon, Chet Baker e Ray Charles, por exemplo - foi decorrência natural e igualmente bem-sucedida do seu talento.

De sopro inicialmente moldado na escola do baile popular, Paulinho, aos 16, já integrava o conjunto de Ed Lincoln, passando ainda por outros grupos formados especialmente para a animação de salões, como o do organista Lafayette e Os Devaneios. Participou do Free Jazz Festival em 1995, com a banda Brasil All Stars, e repetiu a dose de suingue, criatividade e improviso, no ano seguinte, com conjunto próprio. 

Há dois anos, prestando um tributo ao violonista Durval Ferreira, lançou seu terceiro disco solo, "Tema Feliz ". Paulinho é destaque, nesta segunda, 26 de setembro, a partir das 19h30, no Lapa Café, em série instrumental bem-sucedida, sob a condução deste grande baterista que é o Pascoal Meirelles ("flyer" abaixo).
Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

Um abraço,
Gerdal




Paulinho Trompete em duo com João Donato em "Minha Saudade", que o acreano fez com o baiano João Gilberto



Paulinho Trompete toca "Via Bangu", dele próprio



Pascoal Meirelles com os seus colegas do Cama de Gato em "Gonzagueando", de Jota Moraes.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Zezé Motta canta nesta terça no Teatro do Sesi em show de lançamento do CD "Negra Melodia"

Prezados amigos,
 Do signo de Câncer, como eu, a "cantriz" Zezé Motta (canta tão bem quanto representa) e toda a sua simpatia e sensibilidade estarão presentes nesta terça-feira, 20 de setembro, a partir das 19h, no Teatro do Sesi, em show de lançamento do CD "Negra Melodia". Saudar Zezé é, para mim, entre outras figuras recorrentes e a ela associadas na minha lembrança, destacar Jacy Inspiração, bom e veterano compositor do Arrastão, puxando, em 1989, por um grupo secundário na Marquês de Sapucaí, no sábado de folia, o hino da escola de samba de Cascadura naquele ano - "Zezé Motta, um Canto de Amor e Raça" -, feito por ele e mais três parceiros, em louvor dessa filha de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, de onde outros do samba vieram e no Rio também se estabeleceram, como Wilson Batista, Roberto Ribeiro e Delcio Carvalho. "O talento corre mundo, corre chão, é Zezé nos braços da multidão...", tento puxar pela memória esse refrão hoje caído no insconsciente coletivo dos carnavalescos, que embalou um desfile modesto, porém, ainda assim, expressivo de uma obra em andamento - a própria vida da homenageada - que tem no palco uma interseção entre as vertentes da sua arte bifronte, onde o exercício da sua voz suave e cálida se faz "ad libitum" no domínio cênico da canção e da ação figurada. 



"Crooner" de duas boates de Sampa no início dos anos 70, Balacobaco e Telecoteco, Zezé, de origem humilde e que, aos 16, já batalhava num laboratório farmacêutico, gravou vários discos interessantes, entre os quais, em 2000, avulta uma homenagem a outra canceriana do melhor quilate, Elizeth Cardoso, no CD "Divina Saudade", pelo selo Albatroz e com produção de Roberto Menescal. Da arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes, levaria ao sucesso, em gravação irretocável, um samba primoroso de ambos, "Senhora Liberdade", em 1978, isso num período em que, também na sua voz, obtiveram êxito de execução "Alapalá", de Gilberto Gil, "Dores de Amores", de Luiz Melodia, e, da trilha do filme "O Cortiço", de Francisco Ramalho Jr., a buliçosa "Rita Baiana", composta pelo maestro John Neschling, com letra do poeta Geraldinho Carneiro. Pelo veio da dramaturgia, o reconhecimento internacional por "Xica da Silva", em 1976, em filme de Cacá Diegues, com música de Jorge Ben, é expressivamente resumidor do seu grande valor como atriz, que não faz cena, no entanto, quando se empenha, há muito tempo, pela afirmação da afrodescendência no país e, em particular, pela presença qualitativa - e mais bem situada na distribuição de papéis - do ator negro nos "casts" das emissoras de tevê com suas novelas e minisséries. Uma mulher, portanto, determinada que, assim, também se apresenta: como uma guerreira, "da terra do sol, da lua de mel e da cor do café", contra o preconceito racial e a injustiça social. Ela é Zezé, a quem dirijo, cordialmente, o meu aplauso.

 Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica. 
 Um abraço, 
 Gerdal

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Nelson Faria no Lapa Café: cordas de primeira nesta segunda em show conduzido por Pascoal Meirelles

Prezados amigos,

Sobrinho-neto de um dos mais relevantes nomes do nosso piano clássico, Fructuoso Viana, o também mineiro Nelson Faria, nascido em BH mas criado em Brasília, é o convidado de hoje, 12 de setembro, na bem-sucedida série Música de Primeira na Segunda, que o baterista Pascoal Meirelles vem apresentando, regularmente, a partir das 19h30, no Lapa Café. Na Capital Federal, a exemplo de Márcio Faraco (radicado em Paris), Daniel Santiago e Lula Galvão, Nelson foi um dos vários alunos de talento do célebre e exigente Sidney Barros, o Gamela, quando, contando apenas 16 anos de idade, já se apresentava na noite local acompanhando a cantora e compositora Zélia Duncan, então Zélia Cristina. Incentivado por esse seu primeiro mestre de violão, Nelson, três anos depois, partiu para os EUA, onde estudou no Guitar Institute of Technology (GIT), no qual teve a orientação de ícones do jazz, como Joe Pass, Scotch Henderson, Joe Diorio e Frank Gambale. De volta ao Brasil e morando no Rio, viveu, em 1987, uma situação curiosa na Universidade Estácio de Sá, quando foi convidado pela instituição para ministrar aulas onde já era aluno, terminando lá a licenciatura em música que iniciara na Univesidade de Brasília (UnB).


Muito importante na carreira de Nelson Faria foi o falecido contrabaixista Nico Assumpção, que conheceu numa "jam" no extinto Jazzmania e com quem, mais o flautista e saxofonista Carlos Malta e o anfitrião Pascoal, formou o conjunto Ninho de Vespas. Por indicação de Nico, o ponte-novense João Bosco há muito acolhe a excelência de Nelson em seu grupo, um dos muitos passos musicais que este tem dado com êxito. Já são vários CDs lançados - afora os tantos de que participou como instrumentista de estúdio -, shows e "workshops" no Brasil e no exterior, além de livros seus, didáticos, e videoaula lançados. Nelson passa uma temporada na Suécia, onde trabalha como professor a convite das Universidades de Orebro, Ingesund e KMH, tocando, como arranjador e solista também convidado, com grandes orquestras europeias e norte-americanas. Um Faria, portanto, que faz e fará ainda muito pela reconhecida capacidade de alumbramento das cordas nacionais.


Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

Um abraço,
Gerdal

domingo, 28 de agosto de 2011

Afonso Gadelha mostra sua canção sortida em lançamento de CD nesta quinta no Centro Cultural Lapa

Prezados amigos,

Repasso, com satisfação, o recado abaixo, acerca de um belo trabalho em disco que será apresentado nesta quinta-feira, primeiro de setembro, a partir das 19h, no Centro Cultural Lapa. Como a irmã, médica e letrista, Glorinha Gadelha - companheira de vida e parceira de Sivuca, entre outras, na sacudida "Feira de Mangaio" -, Afonso Gadelha (no alto, na foto abaixo, ao lado de Daniel Sobreira) é paraibano de Sousa, mas há pouco mais de 20 anos vive na Capital Federal, para a qual compôs, com um amigo brasiliense que lá conheceu, Wagner Malta, o "BSB Choro".No vídeo em seu sítio, como atração do programa "Música da Paraíba", Afonso fala de si e mostra mais um pouco da sua canção variada.






Centro Cultural Lapa apresenta Afonso Gadelha



Foto: Valéria Carvalho
‘Pra Nunca Mais Esquecer’ é lançado no Rio de Janeiro.

O artista paraibano Afonso Gadelha lança na Lapa o seu quarto CD ‘Pra Nunca Mais Esquecer’, no Centro Cultural Lapa, dia 1º de setembro (quinta-feira), a partir das 19h. O violonista Daniel Sobreira, produtor e arranjador do disco, acompanha o artista no show.

De raízes nordestinas, nascido de uma família de músicos e com 25 anos de carreira, Afonso Gadelha compôs inúmeras músicas gravadas por Sivuca, Glorinha Gadelha (sua irmã), Pepeu Gomes, Quarteto em Cy e Elba Ramalho.

Foi parceiro de composições de Sivuca, Paulinho Tapajós, Wagner Malta, Ricardo Anísio, dentre outros. Gadelha fez participações especiais em discos de artistas nacionais e trabalhos como interprete de sua própria obra.

E é nesse contexto que o artista, já com quilômetros de estradas musicais percorridos, lança esse novo trabalho autoral de produção independente: ‘Pra Nunca Mais Esquecer’.

O repertório caminha por vários estilos da música brasileira: Forró, Xote, Salsa, Samba, Choro, Flamenco, Tango... São 11 faixas, todas de autoria de Afonso Gadelha, assinadas com os parceiros de longa estrada Wagner Malta e Ricardo Anísio.


Serviço:
Centro Cultural Lapa apresenta: Afonso Gadelha em “Pra Nunca Mais Esquecer’.
Dia: 1º de setembro (quinta-feira)
Horário: a partir das 19h
Local: Centro Cultural Lapa – Rua Santa Teresa nº 15 (grudado aos Arcos).
Ingresso: R$ 10,00.
Censura: Livre


Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

Um abraço, 
Gerdal


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Gafieira na Surdina, com Dudu Viana à frente, é a próxima e grande atração da série Quintas no BNDES

Prezados amigos,


Vindo de Cataguases, ou seja, da mesma Zona da Mata mineira de Ary Barroso, Ataulfo Alves e Alcyr Pires Vermelho, por exemplo, o jovem e querido amigo Dudu Viana está à frente de uma brilhante formação musical, chamada Gafieira na Surdina, atração fixa de longa duração, em sucessivas noites de sábado, no bar Cariocando, no Catete. Talentoso pianista, acordeonista e compositor, ele poderá ser ainda apreciado, em breve, como arranjador, por um belo e até inovador trabalho que fez para o CD "Negro Canto II", só com músicas de Cartola e Geraldo Pereira (outro bamba da referida Zona da Mata), gravado por outro querido amigo, cantor-revelação na área do samba, Márcio Thadeu (em foto abaixo com o Gafieira na Surdina).




Nesta quinta, 18 de agosto, às 19h, com entrada franca, o Gafieira na Surdina se apresenta em show da criteriosa e bem constituída série do Quintas no BNDES - Av. Chile, 100. Além do Dudu e da esposa, Roberta Lima, moça de timbre agradável e gracioso modo de exteriorizar a canção, completam o conjunto, igualmente valorosos, os seguintes instrumentistas: Denize Rodrigues (flauta e sax), Walmer Carvalho (flauta e sax), Bruno Repsold (contrabaixo), Pedro Araújo (violão, guitarra e cavaquinho), Renato Endrigo (bateria), Diogo Gomes (trompete), Gilmar Ferreira (trombone) e Mafran Maracanã (percussão). No repertório, "Aquele Um", de Djavan e Aldir Blanc, "Batendo a Porta", de João Nogueira e Paulo César Pinheiro" e "Devagar com a Louça", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, entre outras pérolas do samba, mostradas com a liberdade para o improviso inerente ao jazz e ao choro.

Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

Um abraço,

Gerdal

Marku Ribas no recém-lançado "4 Loas": samba de quem sabe "zambar" no inusitado da criação

Prezados amigos,


Comprei na semana passada um CD, que recomendo, "4 Loas", do singular Marku Ribas (foto abaixo), cantor, compositor e instrumentista multiface, nos domínios lúdicos das cordas e da percussão - esta tirada até do próprio rosto -, cuja sonoridade é fina estampa, porque benfeita, bem apresentada e atraente, do inusitado da criação. A variedade rítmica (samba, jazz, balanço "black" etc.) é certamente uma rubrica para o entendimento da sua identidade artística e a fruição daquilo que, musicalmente, vem de si com naturalidade e, no canto "quebrado", reflete-se, não raro, com extensão gutural e onomaitopaica. Variedade em que se informam a mineira Pirapora, de origem e fundamento cultural, situada nas cercanias das barrancas do rio São Francisco, e o trânsito internacional, especialmente francófilo, vivendo por dois anos em Paris e sete na Martinica, da sua batida diferente, da qual, aliás, não se ausenta a bossa nova - como na faixa sete, "Doce Vida" - e da sua voz de grave marcante. Músico de músicos, por tantos admirado, como o também mineiro e onomatopaico João Bosco, abriu caminho ao talento de colegas hoje destacados, como o baixista Arthur Maia, o violonista Romero Lubambo e o tecladista Jota Moraes - que começaram tocando com ele -, e, sendo de nascimento Marco Antônio Ribas, prepara uma autobiografia, "Marku por Marco Antônio", com o olhar autovoltado do cidadão comum para a persona artística que criou, de nome inspirado na tribo Cariri Macu, lá da sua supracitada região. Homenageando as mulheres nas loas de agora do seu disco, ele segue, a seu modo suingado, a tradição das cantigas de louvor, dedicando a obra à memória de dois amigos e parceiros falecidos, Luizão Maia e Arnaud Rodrigues.


Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica fonográfica.

Um abraço,
Gerdal

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Billy Blanco: a banca de excelência da MPB perde um dos seus distintos

Prezados amigos,


"Lá vem ela num sorriso lindo, lindo
perguntar o que eu preciso
como vou indo
serve um lanche
e ainda pergunta se estou satisfeito
estou, mas quero tudo a que tenho direito
tanta graça, tanta arte
isso é miragem
pena que não faça parte da passagem
com essa flor a bordo
eu confesso então
que é bobagem medo de avião
é bobagem medo de avião..."

Billy Blanco
Tema de um comercial da Vasp veiculado em 1976, na voz do cantor Dick Farney, que fora casado com uma dessas profissionais do ar, o sambossa "Aeromoça", de Billy Blanco, é, no conjunto da obra homogeneamente expressiva desse paraense, assim como "Camelô", "Nouveau-Riche", "A Banca do Distinto" e "Feiura Não É Nada", reflexo da capacidade notável que ele tem de descrever tipos urbanos e fotografar ambientes e situações - "Estatuto de Boate" e "Estatuto de Gafieira" - em letras a que não faltam pitadas de ironia e mordacidade. Hábil no uso a um só tempo crítico e gracioso da palavra, a serviço da sua aguda percepção dos fatos, William Blanco Abrunhosa Trindade, na certidão de nascimento, também bebeu da fonte idílica para criar, por exemplo, com Nilo Queiroz ("Encontro com a Saudade") e Baden Powell ("Samba Triste"), joias lapidares. Arquiteto diplomado pela mesma faculdade onde quase teria um desistente Tom Jobim, futuro parceiro, como colega de especialização, fez com o nosso maestro soberano, por exemplo, o samba-canção dialogado "Teresa da Praia", sob medida para as vozes de Dick Farney e Lúcio Alves. Aparentemente sisudo no palco, entretendo, à maneira do pioneiro Buster Keaton no cinema norte-americano - isto é, sem sorrrir - plateias com suas tiradas e histórias engraçadas, o patrimonial Billy sempre representou, na sua obra, um encontro especular da MPB com uma fração exemplar da sua melhor produção, especialmente no que ela tem de observação inteligente e irreverente da realidade do país. Costumava dizer, em uma de suas "boutades", que continuaria cantando e levando a carreira avante até onde a bengala o ajudasse, o que, infelizmente, já não é mais possível. Nascido na estação das frutas, em 8 de maio de 1924, Billy Blanco atravessaria, portanto, 87 outonos em sua vida, a maior parte deles neste cenário exaltado de montanha, sol e mar da sinfonia do seu Rio, que ficou - e ainda é - quatrocentão.

Imagens antigas da cidade mostradas em "Rio Quatrocentão", na voz de Wilson Simonal.



Um bom dia a todos. Grato pela atenção.
Um abraço,
Gerdal

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sidney Mattos recorda Luiz Gonzaga Jr., nesta quinta, e revive um MAU que veio pra bem na MPB


Prezados amigos,


          Filho daquele cuja vida era andar por este país, seguindo o roteiro nordesteado pela majestade candente do baião, o carioca Luiz Gonzaga Jr., a meu ver e ouvir, se tivesse feito ao longo da carreira apenas uma música, "Espere por Mim, Morena", já teria mostrado cabalmente o seu valor e conquistado o merecido lugar de destaque que ocupa nos escaninhos da memória da MPB. Item do porta-joias sentimental da expressão popular na canção, essa primorosa toada salienta-se na veia autoral de um compositor que, ainda amoroso em "Começaria Tudo Outra Vez" e até mesmo arrebatado em "Sangrando", é particularmente lembrado pelo seu lado MAU, manifesto na palavra também cortante e desabrida do seu verso, assestado, nos anos 70, contra o livre-arbítrio da ditadura militar - .certa vez, teve 54 entre 72 músicas suas vetadas pela Censura Federal, entre as quais a irônica e já lançada, com sucesso, "Comportamento Geral",



         Infelizmente, em 29 de abril de 1991, saindo de Pato Branco, cidade do sudoeste paranaense onde se apresentara, morreria em logradouro próximo, na estrada, vítima de um acidente de carro. Vinte anos, portanto, de ausência de Gonzaguinha, homenageado, nesta quinta-feira, 12 de maio, às 20h30, em teatro a que dá nome, na Praça Onze (R. Benedito Hipólito, 125 - Teatro Gonzaguinha), pelo cantor, compositor e multi-instrumentista Sidney Mattos, outro carioca que bem exerceu o seu lado MAU, fazendo e mostrando a sua música e frequentando, como outros talentos revelados pelo Movimento Artístico Universitário -  Ivan Lins, Aldir Blanc, Márcio Proença, César Costa Filho e Paulo Emílio, por exemplo -, as reuniões no famoso endereço do psiquiatra Aluízio Porto Carrero, na Tijuca. Foi na Rua Jaceguai, 27, que Sidney e Gonzaguinha se conheceram, em 1970, e deste Sidney, a partir de então, por quatro anos, foi diretor musical.  
           

Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
            Um abraço,
Gerdal



Pós-escrito: Sidney Mattos, que promete contar histórias dos tempos do MAU e do seu convívio com Gonzaguinha no show desta quinta, aparece nos dois primeiros vídeos abaixo: no primeiro, em dos seus momentos autorais mais inspirados, com a belíssima "Maison du Brésil"; no segundo, com a sacudida "Salsamba", recomendada especialmente a quem nasceu para bailar. No terceiro vídeo, o programa "Sr. Brasil", com as Chicas, quarteto de que participam duas filhas do saudoso compositor, Amora Pera e Fernanda Gonzaga.




terça-feira, 10 de maio de 2011

Cambada Mineira



Prezados amigos,

Surgido inicialmente, em 1998, como uma cooperativa de músicos mineiros residentes na antiga capital federal, um grupo liderado por João Francisco Neves e Amarildo Silva, o que, na ocasião, ensejou entre todos eles "pocket shows" encerrados por um mineiro de obra mais conhecida e propagada - a Toninho Horta coube a primeira dessas participações especiais -, o Cambada Mineira apresenta-se, nesta-terça, 10 de maio, no Centro Cultural Carioca para, a partir das 21h, fazer show de divulgação do recentíssimo CD "Urbana Fanzine", acompanhado do primeiro DVD, de mesmo título, do conjunto. 

Se, desde o primeiro CD - de 1999, com apresentação de Fernando Brant e Túlio Mourão -, eles fundem a roça e a urbe na motivação autoral e na explicitação vocal que remete ao som de Sá e Guarabyra, Flávio Venturini, 14 Bis e Boca Livre, por exemplo, com marcante influência do Clube da Esquina, fazem, desta vez, um trabalho mais voltado às cidades que os acolheram, com faixas inéditas - especialmente a bossa-novista do título - reveladoras dessa longa e crescente integração com o Rio de Janeiro e sua vocação natural para a descontração, um "pouso alegre" para eles, já considerados mineiros daqui ou cariocas de Minas. 

Com numerosos fãs conquistados nas paisagens já visitadas e embaladas pela música do conjunto, o Cambada Mineira, em 2006, pelo CD "Meu Recado", conquistou a terceira posição entre os discos lançados nesse ano, em ranking da revista "JAZZ +", que contou para tal finalidade com um júri de 25 renomados jornalistas.

Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica
Um abraço,
Gerdal

"Cateretê", de João Francisco Neves e Flávia Ventura; com o Cambada Mineira 

"Foi Assim", de João Francisco Neves e Amarildo Silva, com valiosa e maviosa participação da cantora Manu Santos 

"Saudade de Minas", de João Francisco Neves - ele ao lado de Toninho Horta na imagem, a música de fundo

Essa mesma bela expressão musical da saudade, no programa "Sr. Brasil", de Rolando Boldrin, nas vozes do Cambada Mineira

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Gabriel Geszti lança Confluência



Prezados amigos,

No último domingo de Páscoa, embarcando, à tarde, no coletivo da integração do metrô Largo do Machado-Cosme Velho, quem eu encontro, um pouco atrás de mim na fila, passando pouco depois pela roleta? Gabriel Geszti, também morador de Laranjeiras. 

Excelente pianista, que herdou do avô húngaro o gosto pelas pretas e brancas do instrumento, tem destacada atuação como músico em teatro, e assim pude vê-lo em ação pela primeira vez, em 2003, na Sala Baden Powell, em "Vamos Brincar de Amor em Cabo Frio", juntamente com o baixista Dodo Ferreira e o percussionista Oscar Bolão, tocando as músicas que João Roberto Kelly compusera para uma peça escrita pelo finado Sergio Viotti e originalmente encenada em 1965. Mais tarde, também se exercitando ao acordeom, revi-o, na noite carioca, em shows diversos, como um do talentoso compositor e percussionista Joca Perpignan no Centro Cultural Carioca, e, com o Geszti-Alvim - também formado pelo clarinetista e saxofonista luso-carioca Rui Alvim -, constituiu um duo que se apresentou com alto desempenho e qualidade por bons endereços musicais do Rio.

De outro talento da atualidade, o compositor Edu Kneip - que há pouco, também por acaso, reencontrei em outro ônibus (este vindo do Cosme Velho com destino ao Grajaú) e vai lançar um grande CD, "Herói", em junho -, recebo e repasso, com satisfação, o "flyer". 
Trata-se da estreia de Gabriel Geszti (colega do Edu no conjunto Manto Sagrado) em disco solo, "Confluência", cujo lançamento ocorre, nesta segunda, 9 de maio, a partir das 21h30, no Lapinha

Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal



"Bénin", composição de Geszti que está no disco

Muito à vontade no piano caseiro, ele lembra Wayne Shorter em "Ana Maria", que o influente saxofonista norte-americano compôs em intenção de sua primeira esposa, tragicamente desaparecida em acidente aéreo, em 1996, quando viajava para encontrá-lo na Itália.

quarta-feira, 4 de maio de 2011



  Prezados amigos,
 
Pepassado o recado proveniente do tradicional Cordão da Bola Preta, que, nesta sexta, 6 de maio, anima o baile com os metais acalorados de Zé da Velha e Silvério Pontes. O trombonista aracajuano, aliás, será o grande homenageado da noite, ainda pelo Dia Nacional do Choro - 23 de abril, nascimento de Pixinguinha. 


"Saudade de Guará", bela composição de Bomfliglio de Oliveira em intenção do chão natal, Guaratinguetá, o mesmo do cantor e pintor Gastão Formenti e do violonista Dilermando Reis; 

"Aos Pés da Cruz", de Zé da Zilda e Marino Pinto, em desempenho adornado pelo canto da revelação Manu Santos;

"Paraquedista", do trombonista José Leocádio, que, integrando a Orquestra Tabajara, participou da gravação por ela, em 1948, em selo Continental, do seu famoso choro.


Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal   



Serviço
Onde: Bola Preta
Horário: 19hrs
Ingressos: R$ 15 (lista amiga) | R$ 20 (inteira)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Odette Ernest Dias lança, nesta segunda, no Lapinha, disco, só de flauta, gravado no Santuário do Caraça (grátis)

Santuário do Caraça
Prezados amigos,

Contando 82 joviais e ainda laborais anos de idade, Odette Ernest Dias lança nesta segunda-feira, 2 de maio, às 20h, com entrada franca, no Lapinha, o CD solo "Horizontes", gravado há um ano na requietude do Santuário do Caraça, edificação barroca situada na Serra do Espinhaço e distante 116 km de BH, ocasião em que, para esse trabalho, teve apenas a companhia de pássaros locais e de um engenheiro de som. Parisiense integrante de um conjunto de câmara e premiada, em 1951, em conservatório da Cidade Luz e em concurso internacional em Genebra, veio no ano seguinte para o Rio de Janeiro, atendendo a convite do maestro Eleazar de Carvalho para tocar na Orquestra Sinfônica Brasileira.

Odette Ernest
Casou com um brasileiro, tem seis filhos - dos quais cinco músicos - e aqui tem levado até hoje, morando nos elevados artísticos de Santa Teresa, a sua carreira na flauta, sem discriminação entre o clássico e o popular. Desde os seus primordiais "fifties" cariocas (também residindo, mais tarde, por algum tempo em Brasília), atuou em programas variados de emissoras de rádio; na orquestra de TV Globo - "virando-se nos 30" com arranjos manuscritos recebidos na hora H das atrações -, já nos anos 60, e, em particular, notabilizando-se no seu instrumento como mestra de numerosos músicos, alguns de fôlego até mesmo internacional, como Raul Mascarenhas, Mauro Senise e Franklin da Flauta. No repertório do disco ora lançado, peças de Bach e do jazzista norte-americano Paul Horn. Este, de acordo com ótima matéria do jornal "O Globo", assinada por Luiz Fernando Vianna, quando consultado pela gravadora Fina Flor para autorizar o uso da sua criação no disco, foi lacônico e categórico na sua aprovação: "Odette pode tudo." "Sympa", não?Informando que, no vídeo abaixo, Odette, acompanhada do baterista portenho Roberto Rutigliano toca o primeiro movimento de uma suíte de Bach, desejo a todos um bom dia. Grato pela atenção à dica.




Um abraço,

Gerdal