sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Luciano Salvador Bahia: um talento capital em estado de graça no mapa musical do país





Prezados amigos,

"Minha história na música é bem dividida em fases. Primeiro, eu era instrumentista. Nem compunha nem cantava. Depois, comecei a ser chamado para fazer arranjos e direção musical. Depois, comecei a compor, ou melhor, a mostrar minhas músicas e, por causa disso, comecei a cantar. Então, naturalmente, quando o momento do CD chegou e eu ganhei o Prêmio Braskem, eu já tinha uma estrada de quase 20 anos, sendo que mais de dez desses anos eu atuei apenas como instrumentista, arranjador e diretor musical." 
 
Salvador por parte de mãe e Bahia por parte de pai, em nome próprio, de certidão, que resulta em curioso nome artístico, um soteropolitano que, em meados dos anos 80, começou cedo na noite da sua cidade, tocando em pianos-bares e acompanhando ao teclado vários nomes locais, como as irmãs Vânia Abreu e Daniela Mercury antes que - mais esta, menos aquela (radicada em Sampa) - obtivesesm projeção em larga escala. 

Com bagagem que vale pela capital e pelo estado, Luciano Salvador Bahia é gratíssima presença artística que, só em 2006, chegou ao primeiro CD, todo autoral e consequente ao prêmio supracitado (do ano anterior), simplesmente intitulado "1", do qual a primeira faixa , "Queda", regravada por Márcia Castro, constou da trilha de "Ciranda de Pedra", novela da TV Globo. "Queda", a propósito, "subiu" no agrado de um letrista niteroiense do Clube da Esquina, Ronaldo Bastos, por meio de cujo selo, Dubas, Celso Fonseca (de história que lembra, de certo modo, a de Luciano: guitarrista destacado, da banda de Gilberto Gil, mais tarde revelado como compositor e cantor), com sua bossa "slow motion", também regravaria, antes de Márcia. 

Além desta, outras cantoras baianas de valor contariam com o estro e o descortino de Luciano, seja gravando canção dele, como Marida Santanna, seja por ele sendo musicalmente dirigida, como Mariene de Castro.
"A criação da música e da letra para mim se dá de um jeito meio simbiótico. A música muda a letra, que muda a música, e, nesse vaivém, a canção se faz", observa o moço, "essencialmente autodidata" (também ao violão), cujo elogiado repertório, bem mesclado de tradição e modernidade, já o levou a shows em vários países europeus e é alentado por trilhas para muitas peças e espetáculos de dança. Talentoso o Luciano, que, sem exagero, pode fazer dedicatórias e assinar contratos, entre outras ações de carreira, como Brasília Brasil.


"Madame Gente Fina", que repagina "Pra Que Discutir com Madame?", de Janet de Almeida e Haroldo Barbosa, um samba com o qual outros dois, de mesmo título e também recentes, "Madame Quer Sambar", de Ricardo Duna - um - e Joyce e Roberto Menescal - o outro - tem ligação direta;



"As Bambas", que tem, no CD do autor, participação muito especial de Elza Soares, homenageada. Incidentalmente, ouve-se trecho do samba carnavalesco "Salve a Mocidade", do grande e saudoso Luiz Reis, que ela havia gravado em 1974;



"Xote Variante"



"Queda", com o carioca Celso Fonseca



"Eu"; 



"Tango do Mal"



Um bom dia a todos. 
Muito grato pela atenção.

Um abraço,
Gerdal

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