quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mulheres com Samba nas veias invadem a Lapa - II

Semana passada terminei falando do violonista Caetano Araújo, responsável pela agenda e pela regência das meninas do Grupo Só Damas, que todas as noites de quinta armam uma boa roda de samba no Bossa Nossa. E, como prometido, começo hoje a contar algumas das boas aventuras de Mary, Lisa, Renata, Vivi e Michele na Kombiti, a folclórica Kombi que por seis anos as levavam para suas apresentações. E o motorista? O músico Caetano.

Caetano Araújo

Ter histórias de sufoco no início da carreira, aliás, faz parte do processo de crescimento na trajetória de qualquer artista. E, se o sonho é um dia ter um ônibus todo equipado com todo o conforto para sair por aí, com toda certeza elas darão valor. Pois um dia sofreram um bocado com a famosa Kombi, que bem poderia ter virado notícia e ser reformada no quadro Lata Velha, do Caldeirão do Huck. Várias cartas até foram enviadas, mas não tiveram resposta. Pena, pois história é o que elas mais tem para contar.

Imagine, por exemplo, um time de negras lindas e elegantes, incluindo salto alto, descendo do carro para empurrá-lo. Ou então, cheias de lama, que entrava pelos buracos do chão do automóvel. O que escrevi mesmo? Automóvel? Com todo respeito, digamos que era um meio de transporte e que nem sempre funcionava. E as meninas do Só Damas embarcando nessas aventuras da Kombiti, nome carinhoso do tal meio de transporte. E era o motor que pifava ou o cano de descarga que ficava pelo caminho, ficando a fumaça que acabava com o perfume das jovens sambistas.


Só Damas e a Kombi


Vez por outra o público que tinha acabado de aplaudi-las se espantava ao vê-las empurrando a já famosa Kombi. No carnaval de 2005, por exemplo, ela pifou e o esperto Caetano conseguiu alugar uma Brasília amarela (ele jura que não era a Brasília do Dinho dos Mamonas Assassinas) por R$ 40,00. Isso mesmo, dez reais por dia. Na verdade ela era branca, mas estava amarela de tão encardida. E Caetano ainda deu um trato no lava-jato pra impressionar as meninas, mas não conseguiu. Era tão ruim quanto a Kombi, mas foi o que deu para arranjar. Era o que tinha.

Só Damas

Até que no início do ano passado ele conseguiu a proeza de vender a kombiti por valiosos e suados R$ 2.000,00. Isso mesmo, dois contos, como se diz no popular. Mas vendeu com tanta má vontade que demorou um mês para entregar a tão querida lata velha. Agora a Kombi é outra. Mas a luta continua, pois em nosso primeiro encontro, fui mostrar meu cavalheirismo e abrir a porta para as meninas e o que aconteceu? Ela caiu no meu pé. Ainda bem que fui rápido e escapei. Por pouco.






Mas espera aí. Pensa que as histórias acabaram? Mas que nada. Tem mais. Semana que vem tem mais um capítulo das aventuras do Só Damas na Kombi.
Por Marcos Salles

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