quarta-feira, 20 de abril de 2011

Três momentos do Rei em seu aniversário de 70 anos. Vida Longa para o Rei




O Rei completou 70 anos de idade essa semana do alto de uma das carreiras mais vitoriosas na história da música popular brasileira. E, como afirma Caetano Veloso, “ninguém é Rei à toa”. Daí que não é nenhum exagero chamar o cantor e compositor Roberto Carlos assim. É Rei e pronto. Suas músicas chegam até nossas vidas com a velocidade da luz, como canta Xande de Pilares. São mais de 50 anos de canções e canções que sonorizam nossos momentos. Seja num voz e violão de um barzinho na Lapa boêmia, num radinho de pilha no subúrbio ou interior do país até nos palcos mais iluminados do mundo.



Porém, para chegar até o Rei não é muito fácil. Chega a ser uma aventura. Já fiquei algumas vezes de plantão, pela Revista Caras, na porta de seu prédio na Urca no dia de seu aniversário. Eu e uma cabeçada de repórteres, fotógrafos e fãs, estes levando bolo e bolas coloridas. Todos nós esperando por umas palavras do aniversariante. E ele sempre desce até a portaria para falar com a imprensa e depois ainda sopra as velinhas no estacionamento do prédio com alguns fãs. Também estive em três momentos reais que não esqueço. Vamos a eles, coincidentemente todos no mês de junho:

Junho/1986 – Estreando em produção de discos, como coordenador das produções do Mestre Mílton Manhães, estava conversando com a sambista Jovelina Pérola Negra na técnica do Estúdio 1 da Som Livre, quando alguém passou pelo corredor. Era ele. Voltou e entrou. Como um súdito anônimo, Roberto Carlos segurou a mão da hoje saudosa partideira e disse que a admirava muito. De negra ela ficou sem cor e não acreditou no que estava acontecendo. Nem eu. E o pior: nem uma máquina fotográfica para registrar o encontro.


Junho/1997 – Era o show de reinauguração do Teatro do Quitandinha, em Teresópolis e lá fui cobrir com o fotógrafo André Durão, para a Caras. E a noite tinha que render para aumentar o tamanho da matéria e do frila também, né? Tudo corria normal no show até que avisaram a Roberto que Emilinha Borba estava na platéia. “A Emilinha está aí? Ih, caramba, tenho que cantar direitinho!”, disse o Rei. Fim de show, ele entrou no ônibus e partiu. Enquanto isso, coloquei Emilinha e suas três amigas no carro da Caras e fomos atrás do ônibus. Detalhe: eu e Durão no colo das senhoras. Uma bagunça. Até que chegamos aos seguranças e eu disse, com a cara de pau que Papai do Céu me deu: “Para o ônibus que o Roberto quer falar com a Emilinha”. É claro que os seguranças pararam o ônibus e quando Roberto soube que a amiga estava ali, desceu, abraçou, beijou, fez a foto, bateu um papinho comigo e nós faturamos uma página. Que lindo, né?


Junho/1998 – Um show no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. E eu ali, pela Revista Ana Maria, querendo falar com o Rei antes do show. Como sempre, eu e o povo todo da imprensa. E todos nós devidamente barrados. Até que uma luz acendeu no fim do túnel. Chegou uma equipe do Vídeo Show. E, como as portas sempre se abrem para a Rede Globo, eles foram entrando. Com a aquela velha cara de pau de sempre eu fui atrás, segurando a câmera do cinegrafista. Bem sério. A turma da imprensa olhava incrédula. Passei pelo portão dos barrados e fui em frente. A cena era tão impressionante que ninguém falou nada. Tudo ia bem até que na hora de entrar no camarim, a produtora da equipe perguntou o clássico “quem é você?”. Nem tive tempo de responder e fui conduzido para fora, com aplausos da galera. É, dessa vez só falei com Rei no fim do show. 



Parabéns e obrigado por tantas canções inesquecíveis...

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