quinta-feira, 28 de julho de 2011

“Dramaturgia do camelô” vira tema de pesquisa e espetáculo teatral


Peça “Dados Variáveis”, da CiaSerá o Benidito?! percorre as praças do Rio de Janeiro durante os meses de julho e agosto


Com produção bem cuidada, patrocínio e criado a partir de uma pesquisa, o espetáculo “Dados Variáveis” expõe o trabalho de uma nova geração que escolheu a rua como palco por convicção. À frente do projeto, o ator e diretor André Garcia Alvez foi a fundo no conceito da “cameloturtia” – ou a dramaturgia do camelô – para criar a peça que percorrerá as praças do Rio até 31 de julho, com o patrocínio do Fundo de Apoio ao Teatro (FATE) da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Assim como o cotidiano das ruas, a peça se reinventa no dia a dia e traz para o público o frescor de uma nova peça a cada apresentação. O espetáculo funciona como um jogo de dados e a mecânica é simples: o espectador lança o dado para sortear um número. No cardápio, existem duas opções de cena para cada face do dado, totalizando doze cenas. O espectador, que neste momento já se tornou um jogador, terá de escolher uma entre as duas opções e também poderá participar atuando das situações.

“Dados Variáveis” vai circular por 11 raças em quatro regiões do Rio de Janeiro (Zona Oeste, Norte, Sul e Centro) durante um mês. A classificação do espetáculo é livre para todas a idades e a entrada é gratuita, afinal, a casa de espetáculo é de todos.




A cameloturgia

André conheceu a expressão “cameloturgia” por Carlos Gomide, criador do conceito. A partir desta ideia decidiu estudar o assunto a fundo a partir de uma pesquisa, que foi contemplada com o Prêmio Itaú Rumos de Teatro. O “cameloturgo” é o dramaturgo de suas histórias e porta-voz de sua arte com eternos e atraentes bordões, como por exemplo: “Moça bonita não paga, mas também não leva”, “Oh freguesa, aqui é barato o marido da barata” , que soam há anos pelas praças e calçadas do Brasil. Mas, além das tiradas clássicas, “Dados Variáveis” traz o que há de novo nas ruas, como as frases do escandaloso vendedor de rosquinhas do Catete :“acabei de queimar a minha rosca!”, entre outras.

André Garcia Alvez está desde 1992 buscando com trabalhos de pesquisa o verdadeiro teatro popular brasileiro. Traz em seus espetáculos roteiros que elegem a performance como mediador artístico que viabiliza sensorialmente aguçar a curiosidade dos que passam e provocar a participação direta do público. Não por acaso, seu palco é a rua, espaço público de inspiração, aprimoramento e reinvenção. Começou no grupo de teatro Tá na Rua – que recebeu recentemente o título de Patrimônio Imaterial do Estado – Vencedor do “Rumos Itaú Cultural Teatro” de 2010.

Será o Benidito?! Cia de Teatro, Circo e Rua há 9 anos trabalha com temas e autores nacionais, sempre buscando com trabalhos de pesquisa, estudos e análise de textos/autores, o verdadeiro teatro popular brasileiro. Baseando-se no teatro de rua, circo, performances, cultura oral e nas criações coletivas para levar uma linguagem direta e clara, de identificação imediata com o espectador de qualquer idade ou classe. Seus espetáculos são realizados em praças, lonas e teatros do Rio de Janeiro e do Brasil.

Programação:

03/08 (Qua) | Praça XV - 16h
06/08 (Sab) | Central do Brasil - 10h
07/08 (Dom) | Santa Teresa (Parque das Ruínas) - 16h
14/08 (Dom) | Santa Teresa (Parque das Ruínas) - 16h



Obs.: Em caso de chuva o espetáculo será cancelado.
Ficha Técnica:

André Garcia Alvez – Ator / Pesquisa
Ana Carneiro – Direção / Pesquisa
Ludmilla Silva – Produção Executiva
Sandra Calaça – Produção Executiva / Fotógrafa
Violeta Vilas Boas – Cenografia
Maranhão – Cenotécnico
Vinícius Barbosa – Registro de Vídeo
Raquel Theo – Figurino
Vera Lucia – Costureira
Alessandro Persan – Direção Musical
Paulo Henrique - Op. de Som
Rosa Douat - Assistente de Direção
Márcia Kaskus – Assistente de Direção
Aldo Fagundes – Programação Visual
Josias Severiano – Contra regra
Woody Gino – Transporte

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