sexta-feira, 11 de maio de 2012

Br6 Convida Moraes Moreira










     E se parássemos para ouvir e entender... o som das torcidas, a linguagem sonora sem palavras da bailarina, a frase de um instrumento que imita a voz humana, a música da fala de uma atriz? O que tudo isso tem em comum? No projeto BR6 Convida o grupo vocal BR6 reverencia a voz e suas maravilhosas expressões com encontros musicais inéditos recebendo no palco grandes nomes da música brasileira e crônicas feitas especialmente para o projeto, assinadas por personalidades com olhares diversos sobre o tema.

     De maio a dezembro, serão dois shows em uma quarta-feira de cada mês no Teatro II CCBB Rio. Na estreia, em 16 de maio, o BR6 recebe Moraes Moreira. As duas primeiras crônicas são A Voz da Memória, do ex-Titã Charles Gavin, e A Voz das Torcidas, de Marcelo Barreto, correspondente internacional do canal SporTV.

Os arranjos vocais criados para os shows serão distribuídos gratuitamente pela internet e cantados por corais da cidade que reúnem novos talentos da música vocal.


Sobre o BR6

     Voz principal do projeto, com 12 anos de carreira, sete prêmios internacionais e três CDs lançados no exterior, o grupo tem colocado a música brasileira no mapa-múndi da música vocal. Com uma sólida carreira internacional e muitas participações em festivais a cappella na Europa, o BR6 foi ovacionado em cena aberta em Kiev, na Ucrânia, por três mil pessoas; ensinou a música de Tom Jobim para jovens austríacos em um antigo mosteiro e, até, cantou Aquarela do Brasil com um coral esloveno em um programa de TV europeu, cujo vídeo no youtube já tem mais de um milhão de visitas.

     Criado em 2000, com uma formação vocal rara, cinco homens e uma mulher, o sexteto partiu da influência de nomes consagrados, como Os Cariocas e Boca Livre, e duas descobertas fundamentais: o primeiro disco do grupo americano Take 6 e  o filme Do It A Cappella, de Spike Lee – dois trabalhos que impactaram gerações de cantores no mundo inteiro na década de 90. Desde o início já misturava à MPB sem instrumentos elementos do pop, soul, samba e bossa-nova com a ousadia de acordes dissonantes e vocais virtuosos. O álbum de estreia,  Música Popular Brasileira A Cappella, foi lançado em 2004.  Com Here To Stay - Gershwin & Jobim, de 2008, alcançou maturidade artística e projeção internacional e os prêmios de melhor CD de jazz do ano, da associação mundial de música cappella (CASA) e da associação de críticos americanos de música vocal (RARB). Preparando-se agora para lançar o seu quarto CD, o sexteto é formado atualmente por André Protasio (barítono), Crismarie Hackenberg (mezzo-soprano), Deco Fiori (tenor), Marcelo Caldi (tenor), Fabiano Salek (percussão vocal) e Symô (baixo).

     No primeiro show, mostrarão algumas pérolas de seu repertório como Aquarela do Brasil (Ary Barroso), Tanta Saudade (Chico Buarque e Djavan), Waters of March/Garota de Ipanema (Tom Jobim),Human Nature (Michael Jackson), Play the Game (Queen) e Coração Bobo (Alceu Valença). Já Moraes Moreira canta a cappella com o BR6 as canções Grito de Guerra e Brasil Pandeiro.

A Voz com Personalidade

     Graças à sofisticação nas vozes e a originalidade dos arranjos de grupos vocais famosos como Bando da Lua, Os Cariocas, Boca Livre ou MPB4, a música vocal no Brasil sempre foi entendida como algo elaborado, erudito e quase mítico: uma música em que o ouvinte, em geral, não consegue cantar junto ou não percebe a voz principal da melodia. Assim, separada da música instrumental e da música popular, a música vocal quase nunca conseguiu ser bem compreendida. Quando algum formador de opinião  se aventura a jogar luz em algo novo e inédito desse gênero, o leitor sempre corre o risco de assistir a uma comparação com outros grupos vocais nacionais ou a uma boa e velha influência dos grupos vocais estrangeiros, como Take 6 e Swingle Singers.

     Mas a história da música popular brasileira traz inúmeros movimentos culturais que contaram com a música vocal como braço de expressão e, mesmo assim, são pouco citados. O samba, a bossa, os festivais da canção, a tropicália, a jovem guarda e até o rock dos anos 80 ousaram colocar música vocal no panorama sonoro. Muitos artistas tiveram uma inclinação forte pela arte do canto coletivo e se utilizaram, em suas composições, da expressão rebuscada dos vocais, sem perder o sotaque e o jeito brasileiro de ser. É possível ouvir a música vocal nos Mutantes, Novos Baianos, Caetano Veloso, Gilberto GilEdu Lobo, Dori Caymmi, Tom Jobim e nas gerações mais novas como Marisa Monte, Lenine e Pato Fu.

Serviço:

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II 
Data: 16 de maio de 2012 (quarta-feira)
Horários: 12h30 e 19hs
ENTRADA FRANCA (distribuição de senhas uma hora antes do início do show)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não é necessária a sua identificação para enviar comentários. No entanto, lembramos que, neste blog, é proibido o uso de termos pejorativos, ofensivos ou discriminatórios.

Seu comentário está sujeito à validação dos administradores.