quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Cachaça Cinema Clube - 19 de Fevereiro





Sessão em homenagem a Rogério Sganzerla
Exibição de "Copacabana, mon amour" restaurado

    Há 10 anos o cinema perdeu um dos seus grandes mestres, Rogério Sganzerla. Para lembrar tal data, o Cachaça Cinema Clube exibe, no dia 19 de fevereiro, a cópia restaurada em 35mm do seu filme “Copacabana, mon amour”.

    O filme é uma produção da Belair, que juntava Rogério Sganzerla , Helena Ignez e Julio Bressane, e que, entre maio e fevereiro de 1970, produziu 7 filmes. Em meio aos anos sombrios da ditadura, esses filmes propunham novas formas de produção e uma abordagem estética e política de confronto. Vandalismo cinematográfico! E a censura caiu em cima. Logo depois, o destino dos dois cineastas foi o exílio político. Nas palavras de Rogério, a Belair foi “uma produtora imaginária, mas com registro histórico.Mesmo assim, em sua proposta de demolição do discurso acadêmico e convencional, teve uma atuação muito benéfica dentro do princípio de produzir filmes bons, bonitos e baratos. Infelizmente, o sistema se voltou contra esse tipo de operação".

    “Fome, sede, dança. De Gomorra vieram os seus antepassados. Na primavera do ano 1080, Nicolau de Cusa estuprou uma princesa ocidental descendente de Gengis Kahn, concebendo Davi. E Davi gerou Don Fernandez, e Don Fernandes gerou Djacuí. E Djacuí gerou o preto velho Zezinho da Perna Dura. E Zezinho da Perna Dura gerou Noel, e Noel gerou Edmilson. E Edmilson gerou Aristides. E Aristides gerou ela, Sônia Silk, a Fera Oxigenada!”

    “Copacabana, mon amour” traz a história dela, Sonia Silk, aspirante à cantora da Rádio Nacional, que faz programas com gringos para ganhar a vida. Sônia vê espíritos e anda vociferando pelas ruas, morros e terreiros de umbanda, entre transeuntes e fantasmas da cidade do Rio de Janeiro. É um dos filmes decisivos para se conhecer a história do cinema brasileiro, e também a história do Brasil. Obrigatório. Sem nunca ter sido lançado comercialmente no Brasil, é o primeiro filme de Sganzerla a ser restaurado, num processo que se iniciou em 2010, com patrocínio da Petrobras. Detalhes técnicos da restauração podem ser encontrados no site do filme: http://copacabanamonamour.com/rest.html.

    Espera-se que seja apenas o primeiro de toda a obra do cineasta, espera-se que possamos sempre contar com condições adequadas para a preservação e restauração do patrimônio cinematográfico, áreas que sofrem com a falta de recursos e de projetos permanentes.

    No elenco, Helena Ignez em sua versão mais musa, Paulo Villaça, Otoniel Serra, Lilian Lemmertz, Guará Rodrigues,entre outros. Para o filme, Gilberto Gil compôs, à pedido de Rogério, um disco inteiro, de mesmo nome.

    Helena Ignez estará presente para apresentar o filme. E após a sessão, degustação de cachaça no foyer do cinema, para rememorar a obra e brindar a eterna presença de Sganzerla nas telas.



Serviço:

Dia 19 de fevereiro, às 21h, no Cinema Odeon Petrobras
Praça Floriano, 7 – Cinelândia
Preço: 14 reais (inteira) / 7 reais (meia entrada e apresentando filipeta)

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