Foto: Nelson Porto |
E o carnaval está acabando. A Lapa continua fervendo. Todas as casas faturando, a
galera se divertindo, muitos músicos trabalhando, muita gente presa por fazer
um xixi nas ruas, poucos banheiros químicos instalados e até domingo a folia
corre solta. E corre solta também nos subúrbios, na zona sul, oeste e nas ruas
vizinhas aqui da Lapa. No sábado acontece o Desfile das Campeãs e é aí que a
porca torce o rabo. Depois de Beth Carvalho (Primeira personalidade campeã da era
Sambódromo como enredo pela Unidos do Cabuçu, em 1984), Dorival Caymmi,
Braguinha, Drummond e Chico Buarque (todos estes na Mangueira), foi a vez de
Roberto Carlos entrar na galeria e, como enredo, ser campeão pela Beija-Flor de
Nilópolis.
Parabéns a toda a escola, que agora assume o posto de maior campeã do Sambódromo com sete títulos. Porém, como em toda a competição, a polêmica está pairada no ar. Como no futebol, cada um quer que a sua escola ganhe o carnaval. Uma torcida cega,
independente de qualquer atropelo, de qualquer falha. E no final o que sobra é
um monte de reclamação dos que perderam. Um ano mais, um ano menos.
As reclamações continuam e uma boa parte dos jurados também. Vários há alguns anos. E as reclamações vão se renovando. E eles estão lá porque são aprovados. Então, porque reclamar? Ou será que só estas pessoas que sabem julgar os desfiles das escolas? Vale trocar para ver o que acontece? E que tal se as justificativas
fossem publicadas nos jornais ou lidas na TV? São perguntas que estão no ar.
Ainda mais este ano em que as notas 10 foram raras. Será que estava tudo tão
péssimo assim? Será que as imagens vistas no Sambódromo ou pela TV foram de
outros desfiles ou que só os jurados enxergam a verdade?
Foto: Nelson Porto |
Nada contra a Beija-Flor, que emocionou o Sambódromo com a história do Rei Roberto
Carlos, mas parece que só ela esteve na avenida. Uma enxurrada de Notas 10 em
detrimento das restantes, daí a bronca de muita gente. O choro não é pela
vitória da Beija-Flor, mas por muitos pontos não dados às outras agremiações em
quesitos como bateria, alegorias e adereços, samba-enredo e comissão de frente,
por exemplo. E isso sem ser muito rígido.
Sinceramente que adoraria ver as justificativas. É o justo, né mesmo? Todos deveriam saber, porque no calor da disputa a frieza do jurado pode estar correta. Mas isso tem que ser mostrado. Se é, perdão, mas nunca vi. Tem que ser visto do presidente da escola ao funcionário que dá seu suor empurrando carro pesado no desfile. Todos. Sem Exceção. Aí sim, essa dúvida de que campeonato na avenida é comprado acaba. São muitos milhões em jogo, muita criatividade de muitos artistas ali para o mundo ver. Se o jurado erra, sai. Se acerta, mostra o erro de quem fez no desfile.
Parabéns Laila, Neguinho, Selminha, Claudinho, Mestre Rodney e toda a bateria, Rei
Roberto Carlos, a bateria e toda comunidade de Nilópolis. Vocês fizeram bem o papel de vocês na avenida. Mas, como diz Ribamar, um caboclo amigo meu lá da Amazônia, “a bronca continua...”
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