quarta-feira, 12 de setembro de 2012

La Bohème, Ópera em quatro atos de Giacomo Puccini




    La Bohème tem como pano de fundo o cotidiano do QuartierLatin parisiense no final do século XIX. Rodolfo, Marcello, Colline e Schaunard são artistas e colegas de quarto. O primeiro é apaixonado pela vizinha doente, Mimì, e o segundo por Musetta, que insiste em fazê-lo sofrer de ciúmes ao andar com o rico Alcindoro. É este espetáculo que a Cia Lírica apresenta no Centro Cultural da Justiça Federal.

    Uma das óperas mais famosas do compositor, La Bohème é um exemplo de uma ópera proletária. Até a época em que Puccini a compôs, quase todos os personagens de ópera tinham sido reis, príncipes, nobres, guerreiros, deuses ou heróis da mitologia grega. Os personagens deLa Bohème são intelectuais proletários que não têm dinheiro para pagar o aluguel. Assim como Violetta Valéry em "La Traviata" de Verdi, a protagonista da ópera de Puccini morre de tuberculose. Mas, ao contrário de Violetta, Mimì não é nenhuma cortesã dos salões elegantes de Paris; ela não passa de uma pobretona da periferia. Antes do sucesso de Manon lescaut, o próprio Puccini conheceu grande pobreza. A vida boêmia que Puccini vivia na época também era muito semelhante a dos personagens de La Bohème.

    Para retratar esta vida boêmia de Paris da época, a Cia baseou-se na estética do pintor Toulouse Lautrec, que soube expressar bem a essência dos cafés, dos artistas e dos cabarés desse período. Esta ópera já foi montada pela Cia em 2009, quando produziu seu primeiro espetáculo. Agora vem com produção completamente nova, abrindo diversos cortes musicais para atingir praticamente a totalidade da obra.

    A Cia Lírica apresentará esta nova montagem com dois elencos, que se alternarão a cada récita. Rodolfo será interpretado por Ivan Jorgensen, integrante do coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo cantado recentemente Matteo Borsa na ópera Rigoletto. Mimì ficará a cargo da soprano Danielle Bragazzi, intérprete de papéis como Cio-cio San em Madama Butterfly de G. Puccini e Odabella na ópera Attila de G. Verdi, alternando-se com a soprano Marianna Lima, que interpretou Nella na ópera Gianni Schicchi, realizada pela Cia Lírica este ano. As sopranos Dafne Boms e Daruã Goés, que encarnaram a criada Despina da ópera bufa CosìFanTutte, última montagem da Escola de Música da UFRJ, interpretarão Musetta.

    Paulo Brasil, pianista concertista com formação no Conservatório de Música de Viena, vencedor de importantes concursos internacionais e apresentações também em Madri e Cidade do México, faz o acompanhamento da ópera.

    O cenário e o figurino ficam por conta do casal George Bravo, projetista do cenário do musical As Mimosas da Praça Tiradentes, e Letícia da Hora, com experiência adquirida no projeto Ópera no Bolso, na minissérie Capitu e na novela Eterna Magia, ambas na Rede Globo. Ana Vanessa assina a direção cênica e Ivan Jorgensen a direção musical.

Um pouco da Cia Lírica

    Iniciou suas atividades em 2007, realizando recitais até o ano de 2009, quando produziu seu primeiro espetáculo cênico: La Bohème, de Giacomo Puccini, no Forte de Copacabana. Após esta remontagem no Centro Cultural Justiça Federal, a Cia. apresentou um projeto para uma temporada de quatro óperas em 2010, que foi estendida à Sala Baden Powell.

    A temporada de 2010 transcorreu com quatro dos maiores títulos do repertório lírico: Carmen de G. Bizet, La Traviata de G. Verdi, Madama Butterfly e La Bohème, ambas de G. Puccini, com récitas no Centro Cultural Justiça Federal e na Sala Baden Powell. Completando a temporada foi apresentada ainda uma série de recitais.

    Abrindo a temporada carioca de ópera pelo segundo ano consecutivo, em 2011 a Cia. Lírica apresentou Attila, de G. Verdi, obra há décadas fora de nossos palcos, e reapresentou Madama Butterfly, nos palcos do CCJF e no Teatro Municipal de Niterói, além da remontagem de La Traviata, e também de Fausto de Gounod.

    Em 2012 apresentou dois novos espetáculos: Gianni Schicchi, única comédia de Giacomo Puccini, e Fausto, de Charles Gounod. Depois de La Bohème, que apresentarão no Theatro Municipal de Niterói em outubro, vem nova ópera, desta vez Il Tabarro, também de Puccini, em dezembro no CCJF.

Ficha Técnica:
Elenco:
Rodolfo - Ivan Jorgensen
Marcello - Daniel Soren / Ciro D`Araújo
Colline - Murilo Neves / Patrick Oliveira
Schaunard - Ciro D`Araújo / Daniel Soren
MImì - Danielle Bragazzi / Marianna Lima
Musetta – Daruã Goés/Dafne Boms
Benoit/Alcindoro - David Rasga
Piano: Paulo Brasil
Diretor-geral: Daniel Soren
Direção musical: Ivan Jorgensen
Direção Cênica: Ana Vanessa
Cenografia e figurino: George Bravo e Letícia da Hora
Legendas: Victor Emmanuel Abalada

Serviço:

Local: Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal 
Endereço: Av. Rio Branco, 241 – Centro
Datas: 15 e 16 de setembro, sábado e domingo
Horário: 19h
Preço: R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia-entrada)
Duração: 1h45 minutos
Classificação: Livre


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