27 de Março é o Dia do Circo e para comemorar em grande estilo a equipe do Lá Na Lapa entrevistou a Intrépida Trupe. Agora vocês vão ficar sabendo tudo sobre a trupe mais animada da cidade!
Lá Na Lapa: O que motivou vocês a criar uma trupe?
Intrépida Trupe: A paixão em comum pelo circo e pelo movimento.
Lá Na Lapa: Quais são as principais inspirações no trabalho da Intrépida?
Intrépida: Os sonhos de cada um, personagens do cotidiano, signos, imagens marcantes, espetáculos, livros, filmes, desejos, improvisações, histórias vividas, memórias de infância, paixões, amores...
Lá Na Lapa: Como as influências estrangeiras impactaram na obra do grupo?
Intrépida: Quando ainda éramos um embrião de Intrépida Trupe já vivíamos o impacto da linguagem acrobática da dança da uruguaia Graciela Figueroa - nossa querida mestra, coreógrafa e diretora do Coringa Grupo de Dança. Em toda a trajetória da Intrépida Trupe, desde o primeiro espetáculo até hoje, a presença de Graciela se faz notar.
Nós sempre tivemos o interesse em assistir trabalhos e grupos que visitam a cidade. Nos anos 80 e 90 assistimos no Theatro Municipal do Rio a quase todas companhias de dança como a canadense La la la Human Steps, Twyla Tharp Dance Company, David Parson, MOMIX, Pilobolus, entre outros trabalhos realmente inspiradores. No Maracanãzinho víamos sempre os circos russos e chineses que nos davam a dimensão de onde se pode chegar com as técnicas acrobáticas e coletivas de movimento.
Outra companhia que muito nos impactou todos esses anos com uma linguagem de dança muito teatral foi a de Pina Baush. Viajávamos para São Paulo pra ver seus espetáculos quando estes não vinham para o Rio.
Fora do Brasil tivemos oportunidades de assistir à companhias estrangeiras e muitas vezes ficamos tocados pelos trabalhos.
Em Paris participamos de diversos festivais com atrações interessantes e assistimos a espetáculos belíssimos como os palhaços russos e grupos circenses europeus nos anos 80.
Mais recentemente, ainda em Paris vimos o espetáculo Au revoir Parapluie do diretor mímico, acrobata e ator James Thiérrée que nos encantou pela incrível simplicidade dos efeitos grandiosos e pela magia de sua linguagem teatral.
Em 2011 no Rio assistimos ao Théâtre du Soleil, da diretora russa Ariane Mnouchkine, com o espetáculo "Os Náufregos" da Louca Esperança, um trabalho maravilhoso com uma força coletiva inacreditável! Realmente inspirador!
No ano passado assistimos o espetáculo Donka, uma carta a Chekhov, do diretor italiano Danielle Finzi Pasca e até hoje comentamos o trabalho. O impacto dessas influências estão sutilmente presentes nos espetáculos da Intrépida Trupe num simples movimento, numa idéia ou efeito cenográfico, numa técnica ou numa imagem.
Lá Na Lapa: Qual é a importância do trabalho pedagógico da trupe?
Intrépida: Normalmente o elenco da Intrépida Trupe é formado por artistas que foram alunos nos cursos regulares do nosso Espaço de Criação situado na Fundição Progresso, na Lapa.
Raramente a Intrépida Trupe realiza audições. O elenco da companhia se recicla de maneira muito natural. Os artistas do grupo são frequentemente os professores dos cursos que acontecem no nosso espaço. Então o trabalho pedagógico e a formação artística realizada nos cursos regulares se fundem nesse processo de troca e aprendizado que é da maior importância e garante a continuidade da companhia.
Atualmente os integrantes da Intrépida Trupe em sua maioria vivenciaram esse processo durante alguns anos e foram convidados a fazer parte do elenco da trupe.
Lá Na Lapa: Quais são os planos para o futuro?
Intrépida: Faremos em maio apresentações em São Paulo, no SESC Pinheiros numa mostra de circo paulista abrindo o projeto de circulação do Ao Vento, nosso ultimo espetáculo que estreou em julho de 2012. Para o ano de 2014 pretendemos montar um novo trabalho.
No mais, seguimos com nossas atividades regulares do Espaço na Lapa onde todos são muito bem-vindos!
Qual o repertorio ?
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