Suvaco de Cristo |
O nome nos levou as inúmeras discussões. Ia ser alguma coisa com “tamanduá”, depois era “olha o tamanho do A” e o nome definitivo acabou saindo de uma entrevista do maestro Tom Jobim reclamando do mofo nos armários de sua casa na Lopes Quintas, dizendo que era lá era o “suvaco” do cristo. Colou rápido, já que o quartel general do bloco era na rua Maria Angélica 741, bem debaixo do braço direito do Cristo, onde moravam a Silvinha e a Soninha no 302, o Xico Chaves no 202, Chain no 101, João e Zé Lavigne no 102.
Os ensaios começaram no alto do Horto, entre pássaros e micos. Uma pequena quadra quase chegando no clube dos macacos, que pertencia a um bloco de enredo chamado Força Jovem do Horto. Negociamos com eles para fazer o primeiro ensaio e foram compradas 3 caixas de cerveja que obviamente não deram para a rapaziada que compareceu em massa.
Os ensaios eram no domingo e começaram os preparativos para o desfile. Nosso negocio era a folia libertária das ruas de Olinda, os blocos de sujo do Rio, ou a referencia da loucura do Charme da Simpatia. Não teríamos enredo, musas nem rainhas, apenas porta-bandeira, mestre-sala e bateria. Falando em bateria, inicialmente a bateria era do Horto, e depois do 3o. ano quando mudamos para o clube Condomínio no Horto, mudamos também de bateria que passou a ser comandada pelo mestre Saladinha do Santa Marta, uma figura inesquecível.
Uns três anos depois a batuta passou para o mestre Filipão e o mestre Tião Belo também do Santa Marta e nunca mais nos separamos. Tivemos sambas antológicos de Lenine, Nanico, Chacal, Janjão, Gallotti e muitos outros. Homenageamos o cinema nacional, os tapumes, vimos cus no ar na Eco 92. O bloco foi crescendo até uma hora que não dava mais e aí passamos a não ensaiar mais na Zona Sul, não avisar o horário da saída.
Com isso diminuímos o numero de foliões mas mesmo assim nos últimos anos voltamos a crescer. É claro, que o bloco passou a ser um nome obrigatório, quando se fala em carnaval de rua do Rio de Janeiro, embora continuemos mesmo é querendo manter a liberdade, a rebeldia, a picardia e a festa com os amigos. Nosso músculo é o coração."
A Bandeira
"Na verdade inicialmente era um estandarte e depois virou bandeira. As cores procuravam ser meio descombinadas, feito a mangueira, mas também feito a mangueira todo mundo acabou gostando. Colocamos uma explicação bem clichê, isto é, o verde seriam nossas matas, o azul o nosso céu e a prata o luar refletido na lagoa, não me lembro bem. A estrela na bandeira foi colocada em homenagem a Sylvinha que morreu em 1998. O primeiro desenho era o da camiseta do primeiro ano feita pela Soninha Matos, e depois uma porta-bandeira trocou pelo desenho atual."
O Café da Manhã
"O café começou com a desculpa de enfeitar o Jóia lá pelo inicio de dos anos 90 e virou tradição. As baianas acho que vieram em 1999 e também nunca mais saíram, é nossa homenagem as mães do morro. Em 2004 começaram as bandeirinhas que deram um visual colorido e alegre ao desfile"
Site do Bloco
Por Marina Cunha
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