quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sementeira

No dicionário Houaiss, ´sementeira´ quer dizer “canteiro de mudas”. E é pensando neste celeiro de novos sons que a Caixa Cultural apresenta o SEMENTEIRA, a ser realizado no Teatro de Arena entre os dias 18 e 21 de junho, às 19h30, com ingressos a R$ 10 e patrocínio da Caixa Econômica Federal.




Proposta

A ideia é colocar o foco na percussão, mostrando que ela pode ter uma sonoridade infinita. “Acreditamos que cada percussionista planta a sua semente e frutifica tudo ao redor”, filosofa Fabiana Costa, diretora da Baluarte Agência. “A gente quer levar esses músicos para a sala, eles que sempre são apontados como ´a cozinha´”, exulta a também diretora Paula Brandão. As atrações foram escolhidas de modo a contemplar algumas das mais interessantes vertentes da atual percussão brasileira.

O projeto SEMENTEIRA abre na quinta, 18 de junho, com o trio paulistano Coração Quiáltera, ainda pouco conhecido no eixo de cá, embora famoso nas bandas de lá pela pesquisa de linguagem que norteia seu trabalho. Continua na sexta, 19, com o carioca Marcos Suzano, mundialmente conhecido pelo vigor do seu pandeiro. No sábado, dia 20, é a vez de Caíto Marcondes, carioca de sangue árabe, educado em São Paulo, que se apropria das sonoridades do planeta e, numa antropofagia musical, sintetiza nas suas composições tudo o que ouve. E no domingo, 21, ouviremos o som enraizado do pernambucano Naná Vasconcelos, apontado como o melhor percussionista do mundo. Vamos ler um pouco mais sobre cada atração:

Coração Quiáltera, 18 de junho
Criado há uma década como um grupo de estudo percussivo, o Coração Quiáltera usa instrumentos convencionais (como tambores, caixas e congas), outros menos conhecidos (tambor-de-língua, moringas e aquários afinados com água) e um arsenal de objetos cotidianos (tubos de PVC, caixa de fósforos e galões de plástico) para construir uma diversidade de timbres e ritmos. O trabalho de Lucimara Bispo, Pax Bittar e Wellington Tibério se baseia na busca de uma expressão musical diferenciada, na qual a percussão seja protagonista do discurso musical.
Outra importante característica, no que diz respeito ao ritmo, é a utilização de compassos irregulares, que transita entre o popular e o erudito. O trio estreou em disco em 2008, ao lançar o "Concerto dos Irregulares Tempos".
No roteiro, "Serenata dos Sapos", "Amálgama do Meio-dia", "Tamborzas Quintas" e "Jornada do Parsifônio", entre outras autorais.

Marcos Suzano, 19 de junho
Conhecido internacionalmente como pandeirista, Marcos Suzano vem se dedicando a pesquisas com percussão acústica e eletrônica. Criou método para o instrumento e, com os alunos de suas oficinas, uma orquestra de pandeiros.
Já tocou com Lenine, Zizi Possi, Zé Kéti, Marisa Monte e Água de Moringa, entre uma lista interminável de artistas. ´Sambatown´ (1996), seu primeiro disco solo, ganhou notoriedade por inovar no pandeiro, intensificando a batida samba-funk e a utilização de sons mais graves. ´Flash´ (2000) é uma viagem na música eletrônica e ´Satolep sambatown´ (2008), feito em duo com o gaúcho Vitor Ramil, é um disco de experimentações que deram mais do que certo.
Suzano toca no Pife Muderno, liderado pelo Carlos Malta, e no Trio 3-63, com Andrea Ernest Dias e Paulo Braga. No roteiro, "Genius game", "Candoz Musta", "Buzuaki" e "Samba do outro lado", entre outras autorais.

Caíto Marcondes, 20 de junho
Considerado por Airto Moreira como “o Villa-Lobos da percussão”, Caíto Marcondes improvisa atmosferas únicas em suas apresentações, nas quais lança mão de instrumentos das mais distintas etnias que, somados aos recursos vocais, deixam o público com a impressão de ouvir mais músicos no palco.
Caíto explora ao máximo o seu original setup de percussão e marimba, que inclui pandeiro, doumbek, caxixis, xilofone e o suíço Hang, apelidado de “disco voador”.
O músico atua como compositor e arranjador de cinema, balé, gravações e shows. Já dividiu os aplausos com Paulo Moura, Jacques Morelenbaum, Zeca Assumpção e Mônica Salmaso, entre muitos outros. Na discografia solo, destaque para ´Porta do Templo´ (1996), ´North meets South´ (2001), em duo com violinista Tracy Silverman, e ´Auto-retrato´ (2004).
No roteiro, "Canto distante", "Africana", "Folha solta" e "Cigarras", entre outras autorais.

Naná Vasconcelos, 21 de junho
Um dos principais instrumentistas do país, Naná Vasconcelos foi eleito oito vezes o melhor percursionista do mundo pelos críticos da revista inglesa Down Beat. Desenvolve o seu trabalho de vanguarda desde os anos 1970, quando morou em Paris e lançou o primeiro disco individual, ´Africadeus´.
Tocou com grandes artistas internacionais, como Pat Metheny, B. B. King e Paul Simon, e nacionais, entre eles Egberto Gismonti, Milton Nascimento e Geraldo Azevedo. Já atuou como solista acompanhado por orquestras sinfônicas, excursionou pela Europa com dançarinos do Bronx e compôs trilha-sonora original para o filme ´Down by Law´, de Jim Jarmush.
Além de dominar uma grande variedade de instrumentos de percussão, Naná Vasconcelos contribuiu para a divulgação internacional do berimbau. No roteiro, "Recife Nagô", "Som da Chuva", "Dumbaye" e "O índio", entre outras autorais.


Serviço
  • Quando: dias 18, 19, 20 e 21 de junho, de quinta a domingo, sempre às 19h30
  • Onde: Caixa Cultural - Teatro de Arena - Av. Almirante Barroso, 25, Centro | Tel: 2544.4080
  • Quanto: R$ 10 (inteira) | R$ 5 (estudantes, maiores de 60 anos e funcionários da CAIXA)
  • Etcétera: classificação livre | 189 lugares | acesso para portadores de necessidades especiais

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