domingo, 25 de setembro de 2005

Filho de Bezerra da Silva, MC Partideiro fala sobre sua história

Conhecido como MC Partideiro, Thálamy Bezerra da Silva – filho do ilustre sambista Bezerra da Silva - lança o disco “Tô Chegando” (Reeo Records) no dia 1° de novembro no Teatro Rival BR.


O show, dirigido por Túlio Feliciano, terá um repertório que mescla sambas de artistas consagrados como Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal e Bezerra da Silva com a contestação do rap e do hip-hop. O espetáculo contará com a participação da Velha Guarda da Mangueira.

A mistura do samba com o rap vem da influência paterna e da vontade de contestar. Contestar contra as desigualdades sociais e preconceitos.

“O que me agrada no rap é poder reclamar por oportunidades. Minha preocupação é conscientizar as pessoas e acabar com a discriminação contra o favelado”, afirma o rapper, nascido e criado na favela.

O MC Partideiro garante ter aprendido a lidar com o preconceito.“Costumo dizer que o favelado leva a favela onde vai”.

Músico desde os 14 anos de idade (já tocou percussão e bateria com Beth Carvalho, Marcelo D2, Lecy Brandão), o MC Partideiro, que estudou música em Berkley, começou a cantar há cinco anos e teve como inspiração Racionais MCs, Rappin´ Hood, Sabotage, além de sambas do Fundo de Quintal e Bezerra da Silva. O caminho das pedras foi dado pelo rapper Xis.

“O que me preocupa no rap é a questão harmônica. Tento trazer a harmonia do samba para o rap”.

O multifacetado artista é o autor dos raps (ou samba-raps) que canta. “Gosto de usar uma linguagem que o favelado entenda e que atinja a sociedade também, mas sem ser agressivo”, afirma Thálamy.

O que move o Mc Partideiro a compor é a sua insatisfação com as injustiças sociais: “Não entendo a prioridade dos políticos: o povo está nas ruas, passando fome. Isso deveria estar em primeiro plano. Medidas paliativas não resolvem. Os pobres precisam de oportunidades”, contesta o rapper que canta em prosa e verso sua insatisfação.

“Chega de ilusão não acredito em promessa. Essa máquina de corrupção tem que ser parada. Não podemos mais aceitar essa palhaçada” (Só tem ladrão – Mc Partideiro)

Marcella Linhares

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