quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um toque de motivação burilada e sabor de "quero mais"

Prezados amigos,

"Que venham outros discos como este!", escreveu, exortativo, o pianista e compositor Francis Hime no encarte de "Noite Rasa", terceiro CD (2006) - segundo pela Biscoito Fino - da carreira do saxofonista e artista plástico Quito Pedrosa (neto do crítico de arte Mário Pedrosa), que, nesta quarta-feira, 27 de outubro, a partir das 21h30, faz apresentação com o seu quarteto no Lapinha - Av. Mem de Sá, 82 - sobrado - tel.: 2507-3435).
Veja a programação!

Quito Pedrosa
Completam a formação o pianista Marco Tommaso, o contrabaixista Bruno Migliari - que me impressionou bastante há alguns anos, na Sala Baden Powell, tocando em show do veterano Júlio Barbosa, o Julinho do Trompete, radicado há muito na Alemanha - e o baterista Marcelinho da Costa, todos parte de "uma meninada", como a eles ainda se referiu Francis no tal encarte, "tão aplicada, que procura se aperfeiçoar e usa o estudo de forma inventiva e original", deixando para trás os tempos de uma falsa percepção do estudo musical como fator de inibição ou de embotamento do talento e da inspiração. Como Quito viveu alguns anos no Peru, injeta elementos da sonoridade ibero-americana no samba e na bossa, sem abrir mão da influência do jazz e do atrativo respectivo da improvisação.


Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

Um abraço,
Gerdal



A tempo: outro grande músico da nova geração, Marcelo Caldi, com o seu acordeom, faz participação especial no show de logo mais.


 
"Clara", com o quarteto de Quito


"Lusco-Fusco", belo tema de Bruno Migliari



"As Rosas Não Falam", de Cartola, esta um dos clássicos relidos instrumentalmente em "Noite Rasa".

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mulheres com Samba nas veias invadem a Lapa - II

Semana passada terminei falando do violonista Caetano Araújo, responsável pela agenda e pela regência das meninas do Grupo Só Damas, que todas as noites de quinta armam uma boa roda de samba no Bossa Nossa. E, como prometido, começo hoje a contar algumas das boas aventuras de Mary, Lisa, Renata, Vivi e Michele na Kombiti, a folclórica Kombi que por seis anos as levavam para suas apresentações. E o motorista? O músico Caetano.

Caetano Araújo

Ter histórias de sufoco no início da carreira, aliás, faz parte do processo de crescimento na trajetória de qualquer artista. E, se o sonho é um dia ter um ônibus todo equipado com todo o conforto para sair por aí, com toda certeza elas darão valor. Pois um dia sofreram um bocado com a famosa Kombi, que bem poderia ter virado notícia e ser reformada no quadro Lata Velha, do Caldeirão do Huck. Várias cartas até foram enviadas, mas não tiveram resposta. Pena, pois história é o que elas mais tem para contar.

Imagine, por exemplo, um time de negras lindas e elegantes, incluindo salto alto, descendo do carro para empurrá-lo. Ou então, cheias de lama, que entrava pelos buracos do chão do automóvel. O que escrevi mesmo? Automóvel? Com todo respeito, digamos que era um meio de transporte e que nem sempre funcionava. E as meninas do Só Damas embarcando nessas aventuras da Kombiti, nome carinhoso do tal meio de transporte. E era o motor que pifava ou o cano de descarga que ficava pelo caminho, ficando a fumaça que acabava com o perfume das jovens sambistas.


Só Damas e a Kombi


Vez por outra o público que tinha acabado de aplaudi-las se espantava ao vê-las empurrando a já famosa Kombi. No carnaval de 2005, por exemplo, ela pifou e o esperto Caetano conseguiu alugar uma Brasília amarela (ele jura que não era a Brasília do Dinho dos Mamonas Assassinas) por R$ 40,00. Isso mesmo, dez reais por dia. Na verdade ela era branca, mas estava amarela de tão encardida. E Caetano ainda deu um trato no lava-jato pra impressionar as meninas, mas não conseguiu. Era tão ruim quanto a Kombi, mas foi o que deu para arranjar. Era o que tinha.

Só Damas

Até que no início do ano passado ele conseguiu a proeza de vender a kombiti por valiosos e suados R$ 2.000,00. Isso mesmo, dois contos, como se diz no popular. Mas vendeu com tanta má vontade que demorou um mês para entregar a tão querida lata velha. Agora a Kombi é outra. Mas a luta continua, pois em nosso primeiro encontro, fui mostrar meu cavalheirismo e abrir a porta para as meninas e o que aconteceu? Ela caiu no meu pé. Ainda bem que fui rápido e escapei. Por pouco.






Mas espera aí. Pensa que as histórias acabaram? Mas que nada. Tem mais. Semana que vem tem mais um capítulo das aventuras do Só Damas na Kombi.
Por Marcos Salles

Mola 2010

A Mostra Livre de Artes chega à sexta edição trazendo mais uma vez o que há de novo nas áreas de audiovisual, artes plásticas, artes cênicas e no universo musical contemporâneo. A Mola 2010 acontece de 27 a 30 de outubro no Circo Voador.

Ingressos:
  • Grátis (até 21hs)
  • R$ 15 (estudantes, flyer, 1Kg de alimento ou 1 livro)
  • R$ 30 (inteira).
Novidades

 Quando o assunto é audiovisual o Mola 2010 traz novidades!! Serão duas telas, uma dentro da lona do Circo Voador para a projeção de documentários e ficções selecionados. A outra ficará no jardim exibindo vídeo artes durante todo a mostra. A programação abrange vários estilos de representação do significa arte no audiovisual. Serão exibidos stop motion, video experimental, video dança, videoclipes, video arte, documentário e ficção.

No último dia, haverá a exibição especial do documentário Tamboro – Para todos sem exceção , ganhador do prêmio especial do júri e melhor montagem na Premiére Brasil do Festival do Rio 2009. Dirigido por Sérgio Bernardes a produção trata sobre uma necessária e atual reflexão sobre nosso país, com uma edição emocionante. 

Inicio do CineMoLA: 19h45.

 Programação

    Quarta, 27.10

Música de hoje

  •  Rubinho Jacobina & A Força Bruta - O incrível talento deste super comunicativo cantor-intérprete-compositor-poeta-instrumentista provoca ondas de todos os tipos.
  • Gabriel Muzak - Esse ano ele dá um pulo na MoLA para mostrar suas músicas próprias, numa apresentação que a cidade viu raras vezes, mas sempre elogiou.
  • Silvia Machete - a ligação da cantora com as artes circences, o que transforma seus shows em um rico espetáculo de sensações, promete fazer desta apresentação um momento único para o público da MoLA.
  • Festa Ziriguidumm com Dj Montano Vj - Montano é desses caras grandões que você odiaria derramar cerveja na calça jeans. Mas pode ficar tranquilo (isso não significa que você deva derramar a cerveja) porque o cara é gigante por se tratar na verdade de um grande HD humano de imagens e sons. Atuando em festas bacanas na cidade praticamente todo fim de semana, convidamos Montano para abrir a MoLA com a sua festa Ziriguidumm e ser o Vj oficial desta edição do evento, sendo substituído exclusivamnte na sexta pelo Vj Bernardo Marques.

CênicasMola : Variações do Cubo em Bach - Circo Maria | Sem Platéia - Cia Bivaque | Girento - Rafael Rocha | Entulho: o que restou do amor - Equipe Pause | Desrazões - Ítala Isis.

CineMoLA : De Perto Todo Mundo É Igual (Direção: Malu Schroeder)  | Muito Prazer, Walter Firmo (Direção: Vicente Duque Estrada).

  
  Quinta, 28.10

Música de hoje
  • Aumumana - Uma combinação psicodélica e original da música árabe, com rock, medieval e funk.
  • O Garfo - Trio instrumental de Fortaleza (Ce).
  • Los Porongas - Eles colocaram o Acre no mapa da música pop brasileira.
  • Pedra Branca - Instrumentos étnicos se juntam a timbres eletrônicos. Um som ancestral conectado ao que há de mais moderno feito no mundo.

CênicasMola : X! - Rafa Carvalho | Desejo – Domus | Mó - Mais um grupo de dança | Anunciação - Coletivo 13 numa noite | Jornais.

CineMoLA : Vida de Poesia (Direção: Helio Rodrigues) | Cem Miséria (Direção: Robson Santos) | Proibido Parar (Direção: Christian Caselli) | Monocelular (Direção: Felipe Cataldo) | Os Contos da Estação Carioca (Direção: Renan Brandão, Eduardo Morotó e Mikael Santiago) | Chama Imperiana (Direção: Paulinho Sacramento) | Merda na Tela (Direção: Felipe Vianna).


   Sexta, 29.10

 Música de hoje 
  • Beach Combers -Vale a pena pegar uma onda com os caras. Aceite este convite.
  • Dead Lover´s Twisted Heart - Se for para subir no palco que seja turbinado da melhor forma possível, com músicas altamente dançáveis, refrões instantâneos, folks tocados com energia punk e punks vestidos de folks ancestrais. Esse é o lema do show do Dead Lovers, uma das coisas mais bacanas de Belo Horizonte nos últimos anos. Por isso eles vem ao Circo Voador dar um chute no ar e uma sacudida na MoLA! My Space
  • Graveola e o Lixo Polifônico - Outra grata surpresa de Belo Horizonte, o Graveola parece aquela coisa inédita que você já ouviu em algum lugar. Participando de Festivais pelo Brasil, a galera tem difundido seu som pela internet e sempre alguém perguntava quando ia ter show dos caras no Circo. Pois é, agora vai ter. Eles são meio-hippies, meio-cults, meio desafinados, meio pretensiosos, meio isso e meio aquilo. Mas fazem um som bom completo!
  • GRAVELOVER´S - Ambas bandas de BH ainda se juntam ao palco em algum momento durante a apresentação e, tal qual os transportes dos Changeman se transformavam num gigante robô, viram os grandiosos GRAVELOVER´S tocando exatamente aquilo que os der na telha!
  • Rafael Castro e os Monumentais - Estão chamando você para dançar com ele na MoLA.
  • Nina Becker - 2010 é um ano especial para Nina Becker. A cantora, cuja voz se popularizou através da Orquestra Imperial, acaba de lançar seus dois novos discos: "Azul", um disco limpo em que a voz de Nina brilha com maestria, e o diferente e quente "Vermelho", com mais ruído, improviso, intensidade. Uma moça elegante e de bela voz, que traz um quê a mais de azul e vermelho a um evento colorido como a MoLA.

CênicasMola : Mamilo e uma noites - Ellas e os Monstros | Roda de Coco - Grupo Zanzar | Conexão – Organismo | Praia à vista - Juliana Sansana Acrologa - Asas de Garuda | Sex Toy - Coletivo Líquida Ação |
Plástic Pill Supusitório Planetário – Carlos Borges.

CineMoLA:  Viagem à Marte (Direção: Toinho Castro) | Grafite Protesto Icaraí (Direção: Pedro de Luna) |
Sardinhas em Lata (Direção: Keila Serruya) | O Que Vai Ser? (Direção: Victor Clin) | Chapada (Direção: Valério Fonseca) | O Cisco (Direção: João Aleixo) | Mestre Humberto (Direção: Rodrigo Savastano) | Na Dúvida, Acelera (Direção: Marcelo Velloso).


   Sábado, 30.10

  Música de hoje 
  • Quinteto São do Mato - O maracatu dialogando com o som da Turquia. Os toques africanos flertando com o frevo. Um jazz latino que impede o espectador de ficar parado. Estamos falando do Quinteto São do Mato e do seu som ricamente sonoro com violão de onze cordas, flautas, acordeon e muito mais.
  • Giras Gerais - Eles vão pelo samba, blues, rock, pelo circo, dança e ginga, pelo veloz e pelo devagar, pelo sentimento, instinto e verso. Vão por onde tem que ir mesclando elementos de várias formações rítmicas e fazendo-as entrar em um colapso. É um grande passeio.
  • Rômulo Ferreira - Quem acha que o samba está destinado apenas aos clássicos está por fora de nomes como Casuarina, Teresa Cristina, Diogo Nogueira e outros. Rômulo Ferreira é mais um que surge trazendo composições inteligentes para o samba e arranjos vibrantes graças a excelente banda que o acompanha.
  • Max Sette - O carioca Max Sette é cantor, compositor, trompetista e produtor musical. Ex-integrante da Orquestra Imperial, tem muitas composições ao lado do bamba Wilson das Neves. Traz para a MoLA um misto de gafieira e baile jamaicano. Seu trompete promete ecoar noite adentro no Circo Voador | Youtube!
  • Abayomy Afrobeat Orquestra - Fazendo o encerramento as orquestras voltaram para ficar e não poderiam estar de fora da MoLA.

CênicasMola : Tempografia - milésimos segundos & coletivo musical tecnicolor | O ser medido é língua - Instinta Lavanda | Alice, uma certa desconhecida - Alice na cidade maravilhosa | Colombina - Será o Benedito?! Action Painting - Frayackus e Rachel Aguiar | Bumba meu boi - Grande seres da montanha.

CineMoLA : Último Ato (Direção: Lencinho) | TAMBORO – Para Todos, Sem Exceção (Direção: Sérgio Bernardes).


 Durante toda a Mola

Videoarte
  • Baile Parangolé (Direção: Dapavirada Produções)
  • Com Outro Par (Direção: Vitor Medeiros)
  • Acho Que Já Vi Esse Filme (Direção: João Paulo Horta)
  • Amores Invisíveis (Direção: Robson Lopes)
  • Quando Cai a Noite (Direção: DIAHUM)
  • A Pele e A Couraça (Direção: Julai)
  • Tagada (Direção: Anfíbia)
  • Dejavu (Direção: Verena Kael)
  • Panetone Negativo (Direção: Christian Caselli)
  • Intervenção (Direção: Coletivo Azimagi)
  • Smoke Head (Direção: Sogno)
  • Charlotte em: Uma Ponta em Um Filme (Direção: Priscila Magalhães)
  • Los Bife – Elas São Lésbicas (Direção: Felipe Vianna)
  • Los Roques, Venezuela (Direção: Animafoto)
  • Clarìces (Direção: Gabriel Martinho)
  • Do Chão + Árvores (Direção: Zé Antunes)
  • Laranjais – Fragmentos de Uma Velha Iguassú (Direção: Alejandro Medallo)
  • Moinho (Direção: Juliana Sansana)
  • O Importante é que Tenha Saúde (Direção: Tiago Quintes)
  • OvO (Direção: Clarissa Baumann)
  • Rocked – Um Pouco Mais (Direção: André Siggia)
  • Além das Nuvens (Direção: Rafael Esteves)
  • Passatempo (Direção: Sandro Rodrigues)
  • Dos Dias Atuais (Direção: Marcela Antunes).

Artes Plásticas: 
  • IMAGINÁRIO PERIFÉRICO
  • COLETIVO CUBO
  • COLETIVO MADEIRISTA
  • OFICINA DO CATAXEPA
  • ATELIER 302
  • Anderson Dias
  • Aniziogarrafa
  • Bel Magnani, Fedel, Rafa
  • Bernardo Ramalho
  • Binho
  • Caio Loures
  • Carlos Contente
  • Carolina Volpi
  • Eduarda Ribeiro
  • Felipe Bardy
  • Fernanda Andrade
  • Gabriel Farinon
  • Jacob Isaacc
  • Juana Varella Barca de Amorim
  • Márcio Eduardo
  • Tereza De Nabuco
  • Vagner DoNasc
  • Venom
  • Vinícius Malvão.


 Street Art: 
  • Antonio Bokel
  • Artur Rangel “Kjá”
  • Bruno “Big”
  • Denne “Cdr”
  • Fabio Ferreti
  • João “Lelo”
  • João Burle
  • Luiz MGA
  • Márcio “6ra99a”
  • Rafo Castro
  • Vagner doNasc.
  • “Wilbor” Domingues.

  

Histórico Mola

Veja quem esteve presente na Mola 2009.


 
Por Joana Medina

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Circuito Cenas Curtas

O Circuito Cenas Curtas é para quem acredita no teatro vivo! A idéia é criar um espaço onde artistas possam mostrar suas cenas com o mínimo de recursos possível, visando aprofundar a tríade: argumento, ator e público.


A brincadeira acontece nos dias 27 de novembro, 04, 11 e 18 de dezembro às 19hs, no Centro Cultural Carioca.


Apresentações

Serão 06 esquetes por noite, com temas e estilos variados. E ao final de cada dia, 02 cenas serão eleitas por voto popular.

As 06 cenas escolhidas pelo público ao final das 3 noites voltarão a se apresentar na final, dia 27 de novembro.


Inscrições

Para se inscrever, grupos ou companhias de teatro devem enviar junto à ficha de inscrição, o vídeo ou link da cena. A ficha de inscrição encontra-se no site do Circuito. Se você não possui uma filmagem de sua cena, não fique triste! Inscreva sua cena mesmo assim, que a organização convocará os participantes que não possuem suas cenas filmadas para uma audição.

A inscrição é gratuita.


Seleção

Para as cenas selecionadas será obrigatório entregar a produção:

  • Autorização expressa do autor do texto a ser apresentado, ou declaração de que a obra é de autoria própria, ou ainda declaração de que o mesmo é de domínio público.
  • Caso seja necessário, autorização da Sbat e Ecad será de responsabilidade do grupo que estará encenando a cena. Esta documentação é de total responsabilidade do participante. A produção do CIRCUITO CENAS CURTAS não será responsabilizada caso haja qualquer fiscalização por parte dos órgãos supracitados.

Cenário, Luz, Som

Como a intenção do CCC é propor o formato que enalteça o trabalho do ator acerca de uma forte ideia, é de extrema importância que as cenas não contenham cenários, no máximo objetos de cena.

Será disponibilizada apenas uma luz central. O máximo de recursos que a cena pode obter é um black out.

O material de som deverá ser testado no dia, antes da apresentação. Caso a mídia não reproduza, será necessária a apresentação da cena sem som.


Serviço
  • Onde: Centro Cultural Carioca | Rua do Teatro, 37, Centro
  • Quando: dias 06, 13, 20 de novembro, às 19hs | São 06 esquetes por noite com temas e estilos variados
  • Obs.: Embora a noite de apresentação das cenas comece às 19h, a organização pede que as companhias e atores cheguem ao local às 17h30, para a organização das mesmas.
  • Duração: Cada cena terá 15 minutos, contando a entrada e a saída do grupo ou ator.
  • Informações: A inscrição é gratuita | O tema das cenas é livre
  • Inscrição: a ficha de inscrição encontra-se no site do Circuito

Mais Informações



Por Marina Cunha

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Das páginas do samba: Mulheres com Samba nas veias invadem a Lapa - I

As meninas com Jorge Aragão na inauguração do Bossa Nossa Lapa

Todas as noites de quinta-feira uma Kombi branca vinda da Baixada Fluminense estaciona em frente ao número 170 da rua do Lavradio. E dela saem cinco lindas negras maquiadas com suas tranças estilosas. Não, elas não estão chegando para curtir a noite na Lapa. Pegam seus instrumentos musicais e sobem ao palco colorido do Bossa Nossa e dão um show, numa roda de samba das mais animadas. Elas integram o grupo Só Damas, formado há onze anos em Nova Iguaçu. Confira a programação.



Lisa Carvalho

E quer saber com toda sinceridade? Já vi muitos grupos de mulheres tocando samba, mas pela primeira vez conheço um com o samba nas veias. A união do cavaquinho da Vivi Araújo e do banjo da Lisa Carvalho com o pandeiro da Mari Araújo, o surdo da Renata Togeiro, o tantan da Michele Medeiros e o repique da Ellen Porto resulta num som que empolga, que faz levantar da cadeira e sair sambando. A parada é mesmo muito séria. Numa frase das mais preconceituosas, basta fechar os olhos e imaginar que são homens tocando. Preconceituosa mas com um fundo de verdade, pois ainda são poucas as mulheres que são feras entre ritmistas.

Entre as craques, por exemplo, posso citar Márcia Viegas (da banda de Jorge Aragão), Márcia Moura, Layse Sapucay, Lan Lan e Bianca Calcagni (hoje produtora da cantora Ana Costa). Na parte de harmonia a cantora Nilze Carvalho é uma das melhores no cavaquinho e, desde pequena, nos solos do bandolim. Mas um time como o destas lindas negras é difícil de encontrar.
Mari Araújo

Aliás, eu nem encontrei. Elas que me encontraram. Um grande amigo, o corretor de imóveis Jorge Eurico, que não via há um bom tempo mandou por e-mail uma foto das meninas com o telefone. Liguei, pedi o material e recebi um DVD de um show no Terreirão do Samba, na Praça Onze. Foi paixão à primeira vista. Elas não brincam. Não estão ali só pela beleza, pelo charme, pra fazer graça. Tocam e cantam o samba com uma pegada impressionante. Como dizia Mestre Marçal, com elas “o bicho pega”. Com sorriso, elegância e humildade, rola também um precioso profissionalismo. Elas são pontuais e sérias. E carregam seus próprios instrumentos. Sem frescura.



Michele Medeiros

Mas elas são perfeitas? Claro que não, ninguém é. Ainda estão aprendendo, mas são alunas aplicadas. Se algo sai errado, ouvem com atenção, corrigem e fazem de novo. E certinho. Cá pra nós, o carisma e o charme ajudam nos aplausos. A cada apresentação um modelito diferente. Nas roupas e nos cabelos. De coloridas tranças a originais penteados blacks. As pretinhas conquistam. E conquistaram até o poeta do Samba. Jorge Aragão foi acompanhado por elas ano passado, quando elas comandavam o Cozido do Bossa, no Bossa Nossa que fica ao lado do Rio II, no Autódromo.

Renata Togeiro

Para simbolizar estas meninas do samba, fico com a Renata Togeiro. Ainda não tinha visto uma mulher tocando surdo com tanta precisão e swingue. Em alguns momentos parece que nasceu com o instrumento, que é o coração do samba. É olhar e ficar fã, pois a menina tira onda, se diverte e varia na dinâmica, sem perder a marcação. Na dela, de mansinho, segue os passos de craques como Pirulito, Carlinhos Tcha Tcha Tcha e Mestre Gordinho. Ah, e agora ela está tocando uma cuíca com autoridade. Cheia de manha.

Cuidando da harmonia e do repertório das garotas, o responsável pela regência é o violonista Caetano Araújo. Ele também é o motorista da famosa Kombi. Famosa? Sim e muito. Mas as boas histórias da Kombiti eu conto semana que vem. Ah, e aproveita e dá uma passadinha ali no Bossa Nossa numa quinta-feira. Vai virar fã, hein...




Vivi Araújo acompanhando Aragão

 
por Marcos Salles

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Carrossel

Dia 06 de Outubro estréia o espetáculo Carrosel, com direção de Adriano Garib, no consagrado palco da sede da Companhia dos Atores, na Lapa, Centro do Rio de Janeiro.

Em cena o elenco conta com o ator Elias Hatab, além de Ana Maria Lima, Ana Paula Tavares, Bella Moraes, Carol Lopes, Cecília Vaz, Cintia Felicio, Daniela Garcia, Danielle Oliveira, Fabio Oliveira, Felipe Miguel, Gustavo Berriel, Helena Alvine, Marcello Andreata, Raphael Antony e Robson Santos, todos jovens atores formandos de 2010 da CAL.

O Espetáculo

O espetáculo se apropria de uma série de episódios alheios e memórias pessoais do elenco - e do autor peça - para convertê-las em ficção, o que confere uma atmosfera de catarse à obra, e resulta em personagens extremamente diversos “São histórias simples e prosaicas - e algumas extraordinárias -, colhidas por todo o grupo de criação da peça durante cerca de dois meses. O resultado é uma dramaturgia aberta, porosa, que requer do performer a recriação e ficcionalização dos episódios selecionados.”, conta diretor da peça, Adriano Garib – que também participa como ator do filme Tropa de Elite 2, com estréia prevista para outubro deste ano.

Na peça o ator Elias Hatab interpreta três personagens: o Irmão do meio da "Família Peixes", um Matador de Aluguel e o Namorado da cantora da casa noturna Carrossel - que dá nome a peça -, além de dançar bolero na abertura do espetáculo.


Peixes

O Irmão de Família Peixes é um jovem é do tipo lagardão, desleixado de uma família um pouco diferente das outras, em que a mãe, que sustentava toda a família, foi tragicamente assassinada enquanto os filhos e o pai estavam fora.

O pai não conseguindo viver na casa onde o fato aconteceu, pega os filhos e caiu no mundo. “Eles passam a viver como itinerantes parando onde dá e ficam o dia todo, ouvindo música, bebendo, fumando, lendo horóscopo antigo. Chamam-se Família Peixes, porque todos são de peixes, só a mãe, que morreu, era de Aquário. Ou seja, o aquário quebrou e os peixes ficaram sem nenhuma proteção”, conta Elias Hatab.


Matador de Aluguel

Em O Solitário e Seus Bonecos, Elias interpreta o Matador de Aluguel, um homem frio, seco e prático, que tem como profissão matar pessoas, sendo que aceita apenas "serviços" de pessoas que queiram matar a si mesmas e paguem por isso “Ele acha que o trabalho dele é uma caridade, uma vez que ele só mata uma pessoa se ela mesma quiser morrer e pagar pelo serviço. Maior desafio para eu fazer, já que eu sou completamente diferente desse cara, estou tendo que trabalhar o contratipo. Esse personagem foi um presente do Garib (diretor)!” revela Elias, entusiasmado.


O Namorado

Já no personagem do Namorado, o ator vive a típica história de duas pessoas que se amam e não sabem se comunicar. Elias Hatab encarna um jovem reclamão que implica com a amada por coisas absurdas e o resultado disso são discussões e brigas intermináveis. “É bem divertido fazer esse rapaz chato!”, diz Elias.


Ficha Técnica
  • Produção: Márcia Quarti – CAL
  • Direção: Adriano Garib
  • Assistente de Direção: Rúbia Uchôa
  • Texto: Criação coletiva sob supervisão de Adriano Garib
  • Iluminador: Wilson Reiz
  • Figurinos: Paola Giancoli
  • Elenco: Ana Maria Lima, Ana Paula Tavares, Bella Moraes, Carol Lopes, Cecília Vaz, Cintia Felicio, Daniela Garcia, Danielle Oliveira, Elias Hatab, Fabio Oliveira, Felipe Miguel, Gustavo Berriel, Helena Alvine, Marcello Andreata, Raphael Antony e Robson Santos.
Serviço
  • Local: Sede da Companhia dos Atores
  • Dias: 06, 07, 12, 13, 14, 15 e 16 de outubro, às 20 horas
  • Endereço: Rua Manoel Carneiro, 10, Lapa, Rio de Janeiro/RJ.
  • Ingressos: R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
  • Informações: (21) 2242-4176
  • Capacidade: 47 lugares
  • Duração: 140 minutos
  • Classificação etária: 14 anos
  • Contatos: Sheila Fonseca (assessoria de imprensa)  | 3624.0818 | 9741.3031

Site



Por Marina Cunha

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dica do Gerdal: samba de qualidade em aniversário de carreira

Há três anos, o jovem e querido amigo Leandro Fregonesi, cantor e compositor, lançou o seu segundo e cativante CD, "Festa das Manhãs" - com arranjos de Ivan Paulo, Rildo Hora, Jorge Cardoso e Mauro Diniz -, do qual, por exemplo, ficou-me, particularmente, na lembrança um samba primoroso, "Retemperar", que tem segunda parte do saudoso Luiz Carlos da Vila para a primeira feita por Leandro.

Aliás, lembrando Luiz Carlos, é muito bom constatar que "nessa luz de eterno fulgor de uma chama que não se apagou nem se apagará" - o próprio samba, por extensão natural do sentido original da sua composição -, numa carreira de sete anos trilhada com coerência e acerto em cadência bonita, Leandro Fregonesi (parceiro ainda de Moacyr Luz, Ana Costa, Alceu Maia e Roberto Serrão, entre outros) comemora esse marco particular em show nesta terça-feira, 5 de outubro, no Carioca da Gema, às 21h.

Formado em Administração de Empresas pela PUC-RJ, esse paulistano - adolescente em Brasília - viveu no Rio a sua infância e ao Rio retornou na vida adulta, plenamente identificado com este balneário tropical, "cenário de inspiração para falar de temas universais, irreverentes e afetivos". E assim, por exemplo, também se salienta nos mais recentes carnavais como compositor vencedor no bloco Simpatia É Quase Amor, em Ipanema, ele que faz parte da nova geração de talentos florescida, em várias casas noturnas, no reencontro da Lapa com ela mesma no melhor da inclinação musical de que o histórico bairro é revelador, "confirmando a tradição".


Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

Um abraço,
Gerdal


Vídeos
Nos vídeos abaixo, três momentos, em tempo de samba, da criação de Leandro pelo próprio e mais o grupo Santo Forte: 1) "Maria Isabel"; 2) Do Tambor ao Terço (em parceria com Rafael dos Santos); 3) "Se Preciso For".





segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Das páginas do samba: Saudades de Jovelina Pérola Negra V

E chegamos ao final desta série sobre a inesquecível partideira Jovelina Pérola Negra, que nos deixou em novembro de 1998. Neste último capítulo começo lembrando de uns fatos um tanto sobrenaturais que aconteceram em novembro de 2004 durante os ensaios para o DVD Raça Brasileira – 20 Anos, que comemorava os vinte anos do LP que lançou a Jojô. Parecia até que ela brincava com a gente no estúdio da Som Livre.


Num dos últimos ensaios o músico Mauro Diniz, que fez os arranjos e a regência do DVD, chegou atrasado: “As partituras das músicas que a Jovem (era assim que ele a chamava) cantava sumiram do computador. Tive que fazer novamente”, explicou. Neste mesmo dia, ao fim do ensaio, eu e Mauro registramos nosso depoimento para o extra do DVD. Lembramos das gravações do Raça Brasileira, em 1985 e, claro das engraçadas histórias da Jovelina, como o collant de oncinha, por exemplo. Sabe o que aconteceu? Um cabo de aço desabou na nossa frente, interrompendo nossa conversa (está gravado no DVD) e, em seguida, acabou a luz no prédio da Som Livre.


Para completar, no dia seguinte, quando a assistente de produção Sandra Rolszt contava esta história na técnica, umas caixas de papelão desabaram em cima dela. Uma coincidência ou uma brincadeira da Jojô? Essa eu não sei responder.


Como também não sei responder o que aconteceu, por exemplo, em algumas das gravações do CD Jovelina Duetos, que produzi na Som Livre. Coloquei a Jojô pra cantar com Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Alcione, Seu Jorge, Leci Brandão, Jorge Aragão, Revelação, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Marcelo D2, Zélia Duncan, Dominguinho do Estácio e Cassiana, filha dela. E a emoção tomou conta, com gargalhadas e muitas lágrimas rolando nas lembranças.

E alguns sustos também, como quando Xande de Pilares, do Revelação, foi colocar sua voz em Amor Indeciso. Numa das brincadeiras deste engraçado partido, caiu o microfone. Do nada. Ou quando Leci chegou e ao ouvir a base constatou que não conseguiria cantar no tom original gravado pela Jovelina. E, após se emocionar e chorar cantou como se No Mesmo Manto estivesse no seu tom.

Aliás, se você não tem, procure ouvir. Vale a pena...

por Marcos Salles


Fotos


Marcos Salles e Marcelo D2, fã de Jovelina


Marcos, Cassiana e os músicos Márcio Vanderlei e Mauro Diniz gravando

Marcos e Alcione
Marcos e Xande de Pilares


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O Baile da Terceira Idade na Lapa!




O Baile da 3ª Idade na Lapa!

Um desavisado que caminhasse pela Av. Gomes Freire numa quinta-feira à tarde jamais suspeitaria - mas as portas do Centro Cultural Memórias do Rio guardam um segredo que se revela toda primeira quinta do mês: o animadíssimo Baile da Terceira Idade!

Animados pela figura risonha e inimitável do cantor Almir Saint-Claire, ao som de cirandas, sambas, e muita MPB, os coroas, as velhinhas e outros e outras nem tão velhinhos assim - todos se sacodem e esquecem o peso da idade.

Não bastasse tamanha produção, o evento ainda conta com o auxílio de 5 dançarinos de salão profissionais, que ajudam a animar as senhoras do local, e fazem um sucesso danado com elas... e que não se enganem os incautos: algumas das senhoras vão vestidas para matar, e alguns dos senhores arriscam roubar uns beijos no meio do salão!

A Lapa volta a ser o palco dessa geração que viveu outra Lapa, outra época, e ainda encontra seu lugar de diversão e boemia no bairro - agora, em horário de matinê!

Portanto, fica aqui a dica e o testemunho de quem foi e conferiu: o baile da Terceira Idade, que acontece no Centro Cultural Memórias do Rio toda primeira quinta-feira de cada mês, de 15:30 às 19:30 é um programa divertidíssimo.